sexta-feira, 29 de outubro de 2010






Não há nada que uma boa ladainha não resolva
(epílogo)


A volta para casa deu-se de forma inusitada. No ônibus sentamos juntos, (apenas coincidência).
Estávamos um pouco constrangidos. Não era para menos, depois daquela semi-orgia que protagonizamos. Olhávamos, com o rabo dos olhos, e na minha memória, os gritos, surgiam, me deixando, por momentos rubra e afogueada. Ele perscrutava meu rosto, tentando achar alguma reação visível. Mas eu estava por demais envergonhada, para esboçar qualquer reação.
Os olhos dele brilhavam, como que luzinhas se acendessem a todo o momento. Eu tentava respirar sem ser notada, mas ao respirar e expirar meus seios arfavam, o que não lhe passava despercebido, pois seus olhos passeavam excitados por eles. Estremeci, já temendo o que poderia vir a acontecer. O que não me impediu de arrepiar-me, com frenesi. Lentamente a mão dele foi descendo, enquanto eu a olhava hipnotizada, com o coração aos pulos. Não arriscava nem mesmo me mexer. Via aquela mão que eu já conhecia o calor e a textura, se aproximar, como um sagaz invasor. Suei e estremeci o que por ele foi notado, mas não ousei olhá-lo, temia ser delatada pelo meu olhar passional, onde a volúpia já se fazia presente. Os meus hormônios estavam novamente se amotinando. A mão buscou a minha, e estava quente, latente de desejo. E a levou até o meio de suas pernas.
Não me fiz de rogada, passei a mão e agarrei com força. E o desejo, já adormecido alertou-se, forte. Arregalei os olhos, extasiada, e os ergui para o seu rosto. Um sorrisinho maroto desenhou-se, ali e deslizando sua mão por minhas coxas, adentrou minha saia, e, escorregou seus dedos, no meu interior que já pulsava louco. E denunciando-me, a umidade se fez presente. Seus dedos ali ficaram, brincando, quentes e macios, enlouquecendo-me. Paralisada, somente meu sexo pulsava enlouquecido, como se tivesse vida própia. Meu desejo dava voltas ao meu redor, amolecendo minhas pernas. E os dedos continuavam a brincar contentes. Ele só os tirava para levar à boca carnuda, para sentir o gosto, e logo a seguir os colocava novamente. Assim ficamos por um longo momento, até uma cabecinha de olhar maroto, surgir no encosto do banco da frente, dar um sorrisinho debochado e indagar:
- vocês vão orar? Posso orar junto?

Ninguém menos que minha inocente amiguinha! Até hoje me lembro do olhar debochado dela e ainda tenho desejos mortais de esganá-la. O resto da viagem transcorreu normal, a não ser por minha vontade de matar e morrer. Minha excitação fora interrompido sem nenhuma piedade! Jamais esquecerei e acredito que ele também!

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Não há nada que uma boa ladainha não resolva (inclusive problemas de cunho sexual)






Era pra ser um evento normal, agradável, descontraído, como todo acampamento de jovens deve ser. Jovens alegres, com energia a toda prova e hormônios em ebulição. E esses mesmos foram os causadores de contratempos, que vou lembrar pro resto da minha vida. Chegando ao acampamento, fomos apresentados uns aos outros. Tudo dentro do normal. Até meus olhinhos sempre agitados, pousarem, naquela figura de macho sedutor, moreno, com olhos e boca que qualquer ser humano, se renderia de corpo e alma. E foi o que eu estabolhadamente, fiz. Rendi-me à ele e as encrencas, que vieram a seguir.

Meus hormônios se descontrolaram, tropeçando uns nos outros, tentando organizar uma fila de chegada até aquele homem estonteante e sensual. Tentei controlá-los, mas foi tempo perdido. Nada do que eu fizesse iria mantê-los quietos. O motim, já estava organizado. E eu, estupidamente feliz, me deixei levar pela minha sensualidade desmedida. Já conhecia o dito cujo, mas as chances de um relacionamento, mais de perto, bem perto, acontecer eram grandes. Achava -o bonitinho, mas agora, esse adjetivo parecia ridículo. Bonitinho? O homem era de enlouquecer até a mais ferrenha adepta do mais puro celibato. A boca carnuda insinuava beijos molhados, passei ansiosamente a língua pelos meus lábios secos.

Tudo piorou, ou melhorou pra mim, quando foi feita a divisão dos componentes nas barracas. Milagrosamente, juro, nada fiz pra ser assim, ficamos na mesma barraca! Mas como nada é perfeito, uma amiga minha iria compartilhar o mesmo espaço. Na hora de dormir, ardilosamente, escolhi meu lugar no centro. De um lado minha amiga e no outro aquele que me faria perder de vez meu controle. Jeitosamente, candidamente, ajeite-me entre os dois. E fingi dormir, porque de fato não conseguiria. Olhei aquele corpo, exalando masculinidade, e acho, que ele também fingiu dormir. Assim eu desejava. Para não despertar suspeitas em minha amiga, virei-me de costas para ele. Não ficaria de frente, mas certamente minhas costas também seriam convidativas. Senti a sua respiração quase na minha nuca. Ele estava virado para o meu lado! Suspirei em silêncio, satisfeita.

Levaram segundos, nos quais, fiquei sem respirar, esperando. Foi quando, senti uma mão quente, tocando minha nuca e afastando meus cabelos, e descendo vagarosamente pelas minhas costas, desenhando trajetos perigosos. Arrepiei de prazer e fiquei quietinha, antevendo os momentos maravilhosos que viriam. E eles vieram! Na forma de carícias silenciosas, me deixando sem fôlego, engasgada no delírio, das mesmas. Meu corpo todo foi tocado, me deixando enlouquecida de puro prazer! Mesmo pecando, (sim, uma mulher decente não deve escancarar suas necessidades sexuais) fui impelida a retribuir as carícias. Na cumplicidade da escuridão, virei-me com cuidado, e desci até aquele corpo pecaminoso. Toquei-o e descobri maravilhada, que ele já, estava pronto, para a batalha. Regozijei-me e me atirei de corpo e alma, mais corpo que alma, naquele prazer, e ajoelhada lhe rendi minhas mais humildes homenagens.

A princípio só escutava gemidos baixos, grunhidos, mas conforme eu ia fazendo minha reverência singela, os grunhidos foram aumentando, tornando-se, gritos com palavras desconexas, a seguir, passando a indecentes. Alertei-me rapidamente no silêncio da noite, aqueles gritos desvairados, acordariam, todo o acampamento. Dei-lhe uma cutucada, com meu cotovelo nas suas coxas, alertando-o! Então ele começou a entoar uma ladainha estranha, aquelas que o povo árabe entoa, quando saúda Alá. Sim porque um pai nosso não resolveria a situação. Uma reza muito comportada, sem gritos. E a ladainha, foi-se prolongando com entremeios de gemidos, urros e palavras ininteligíveis.

Terminei, minha tarefa, recompondo-me, com o coração os pulos. Mas a sessão de prazer não findou ali. Senti as mãos descendo, invadindo meu corpo. Dei um pulo e tranquei a respiração, sentindo-o me tomar por inteiro. E a ladainha recomeçou, desta vez de minha parte. Gritava, e a cada carícia, meus gritos tomavam proporções enormes. Nem Alá compreenderia, mesmo que me prostrasse de joelhos. Ele certamente me mandaria pros quintos do inferno. E a criatura, não se fatigava, pelo contrário a cada grito meu, ele acelerava o ritmo e intensificava, as carícias, me deixando enlouquecida.

Escutei passos apressados na rua, dei-lhe uma nova cutucada, desta vez em sua barriga. Ele retirou-se meio abobalhado, e ajeitou-se no seu lugar. Ajeitei-me rapidamente e retomei a respiração, ao menos tentei. A supervisora do acampamento, um tipo de sargento de campo de concentração, entrou e lançou o facho da luz da lanterna direto em nós. Fiquei apavorada quando ela perguntou o que estava acontecendo, lembrando-me, só agora, da minha pobre amiga, que certamente, daria com a língua nos dentes.

Ouvi a sua voz tímida, dizer:

-Eles estavam orando! Pra Alá! Inclusive, ela até se ajoelhou pra orar! Eu nem sabia que minha amiga era muçulmana, nem ele! A supervisora fez uma carranca, e disse:
- Orem, mas da próxima vez façam em tom mais baixo!
- Olhei para meu parceiro de “oração” e suspirei, pensando nas noites de.
“ Orações”, que teríamos até irmos embora. E sorrimos satisfeitos...



continua...

sexta-feira, 7 de maio de 2010

(Des) Rotulando



Atrás das roupas escondemos
nossos anseios
nossos desejos mais primários
nossa autenticidade
nossas falsas vergonhas
nossos falsos pudores




SEM RÓTULOS E ETIQUETAS


Livre
leve
sem metades
inteira
sem metáforas
sem preconceitos obsoletos
despida na alma
no interior
e no exterior


Fluida
volátil
sem eufemismo
sem polimento
mineral bruto
Apenas um corpo
com marcas
curvas
portos não seguros
traços incertos
horizontes distantes
prazeres vividos.

Apenas um corpo revestindo uma alma nua e crua.


******

Amigos quero pedir desculpas pela minha demora em atualizar o Rosa,
mas ultimamente estou mais centrada na minha arte, procurando caminhos novos e exercitando telas grandes que são o meu calcanhar de aquiles.
Peço desculpas também pela ausência nos blogues amigos.

Beijos no coração de todos.

domingo, 4 de abril de 2010




Anjo trincado



Fui aquele anjo que alguém esqueceu em um canto qualquer

Meu olhar era triste

Com olheiras

E marcas no rosto.

Meus cabelos perderam o viço natural

Desgrenhados

Oscilavam ao vento

e às dores da vida.

Minhas costas

Curvaram-se pelas agonias.

Fui um anjo cansado

desvalido

solitário.

Fui um anjo que amou

que desvirtuou-se

pelos caminhos do desamor

e prometeu nunca mais amar

nunca mais ser magoado

aviltado

machucado

quebrado em mil pedaços.

Hoje continuo um anjo

decidi que o amor

pode ser trocado pela paixão

pelos desejos

expostos sem pudores

exagerados

reais

consistentes.

Amor sem desejo

é como água estagnada

como vida sem sonhos

carinho sem beijo

sem abraço

sem afago.

Meus olhos agora brilham

diante da vida

e do que me dá prazer.

Minhas costas ergueram-se

impávidas.

Meus cabelos tingiram-se de vermelho

Sou um anjo

vermelho

latente

intenso

feliz

completo

inteiro.

As marcas do rosto permanecem

mas tem outra leitura

são marcas do que fui

marcas da sobrevivência.

Hoje sou um anjo inteiro

reconstruído.

Permito que minha loucura

assuma seu lugar.

Sou um anjo

Que não sabe rezar

mas que sabe zelar

e se permite perder-se em paixões

em doces prazeres mundanos e reais!

segunda-feira, 22 de março de 2010

Norma Jean Baker (nascida Norma Jean Mortenson (Uma diva na transversal)

Marilyn Monroe


Sua fragilidade e inocência, misturada a sua sensualidade nata, a tornaram a loira mais amada de Hollywood.
Tinha o dom de deixar os homens de "joelhos bambos"! Tinha o poder sobre eles!




Ela tinha tudo que me fascina:


Polêmica!

Contestadora!

Sem regras ou limites!

Sempre diante do perigo!

Sempre com a vida por triz!

Mostrava sua sexualidade sem o menor pudor!

Verdadeira!

Uma mulher na sua essência mais pura!

Se após eu morrer, me fosse dado o livre arbítrio, para escolher em quem reencarnar, sem dúvida eu escolheria voltar na pele da Marilyn, literalmente, sem reformular nada, exatamente como ela foi, uma mulher exuberante, intensa, que fez tudo o que quis mesmo que isso tenha lhe custado a vida.

Mas é assim os bons, os autênticos, morrem cedo! É o preço que a vida cobra!

terça-feira, 9 de março de 2010

Queria morrer de tanto não querer amar...


Queria
secar minha solicitude
no frio suor de uma angústia
repartir meu corpo em fragmentos
de sexo, ânsias e tremores
que me fizessem sentir viva
não como uma aprendiz
de querer amar
entre idas e vindas
lágrimas e risos.
Queria morrer de tanto amar...

Morrer entre pernas
entre braços
entre ápices
que me estremecessem a alma
me deixando desvalida
sem vontade de odiar
e até mesmo amar...

Queria esquecer que sou capim
que se arrasta
pra nada
por nada
pra lugar nenhum...

Queria esparramar meu corpo
em outro
que me acolhesse
sem me perguntar
de onde vim
o que quero
o que sou
do que sou feita
e para que sou feita.

Sou feita de cortes
dilacerações
sonhos inacabados
canções de amores tristes
sou feita de sexo, só sexo!

Queria
beber do amor maior
permanecer junto
sem ter que na manhã seguinte
vestir a roupa
retocar o baton
pegar o dinheiro
e ir novamente para a rua
para morrer mais um pouco a cada dia
para não querer morrer de tanto querer amar...




"Para todas as mulheres que se travestem de corpos mascarados, para saciarem sexos alheios e que escondem seus sonhos em orgasmos ensaiados em homens estranhos."

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Anjos ausentes


Somos, nada mais somos
do que aprendemos a ser.
A nosso lado temos os guardiãs dos sentimentos
do amor, dos tempos convividos e guardados
em nossa retina e em nosso coração.

Estava escrito nas estrelas,
nas páginas da vida
que em meu caminho duas pessoas
iriam percorrer comigo esse caminho
e me amparar
durante um longo tempo.

Duas pessoas únicas, íntegras, bondosas
que me amaram na mesma medida em que eu as amei.

Um homem composto de caráter e amor
que abriu seus braços e me ensinou a definição exata do respeito.
Estava ao seu lado quando seus olhos fecharam
não sem antes me dirigir seu olhar feito de amor.

Uma mulher guerreira
parceira das minhas angústias
dos meus medos
das minhas alegrias.

Por um detalhe caprichoso do destino
não a vi partir...
estava escrito nas estrelas que assim seria.
Mas esta página não ficou em branco
escrevi com letras firmes
o meu adeus
o meu eterno amor
por duas pessoas que me ensinaram
que amar ainda vale a pena
mesmo que a dor e o adeus
sejam inevitáveis.

Meu amor eterno a dois anjos que me ensinaram o mais puro e despreendido amor.