sexta-feira, 28 de novembro de 2008


Um coração, transbordante de agradecimento, felicidade e amor

Estou aqui, humildemente, para agradecer o incentivo, o carinho, a mim dirigido por todos vocês, nesta minha caminhada.

Agradeço, primeiramente à minha filhota, a “super Mari”, que tem me ajudado, nas coisas práticas e me fornece gás todos os dias com o seu parcerísmo constante.

Ao (o Jens), por sua parceria, me ouvindo e incentivando sempre. Meu companheiro em tudo que me proponho a fazer.

Ao Zeca, meu amigo e “marchand” do coração, que esteve comigo desde o início de tudo e embora ele vá contestar, esta exposição só acontece, porque a sua participação foi incisiva, não me deixando esmorecer ao longo da caminhada. E porque tenho talento (se eu não fizer esse adentro, me puxará as orelhas... rs).

À Euza (Loba), minha parceira em todos os momentos, bons e ruins, que nunca me abandonou, e mesmo de longe me dá uma força incrível, devido ao seu coração enorme. Com quem ainda pretendo realizar grandes vôos no futuro.

Ao meu “parceiro e compadre” Miguel Chammas, que sempre “incendiou” meu coração, com suas palavras oportunas e seu carinho enorme, tão grande quanto seu coração. E que tem por afilhados, quase todas as minhas obras, dando o devido registro à elas.

Ao “Mr. Sobreira, que tive o prazer de conhecer à pouco, mas que aprendi a estimá-lo, e que me mandou um livro seu, onde conta um pedacinho de sua vida, e adoravelmente me chama de “Miss Beti”. A minha amiga do coração Cris, a Estrelinha, que mesmo nos seus momentos mais difíceis, me ouviu, me estimulou e me acolheu no seu coração. Ao Dilberto meu“Morceguinho preferido”, que me brindou com palavras gentis e com muito carinho estampado nelas. A Sôninha, que me conheceu a pouco, mas que não economizou no seu carinho. A Geórgia, que mesmo do outro lado do oceano, dedicou-me carinho sem medidas. Ao Dácio, com suas poesias encantadoras. A Shi, com sua alegria permanente, a Dora, minha poetiza preferida, Cherry, Martha, Ana Lúcia, Betho, o “anjo Azrael, Claudinha, Marco, Jorginho da Hora, Karine, Leandro, meu adorável Leandro Carvalho, que se empenha ferrenhamente em sempre me deixar “vermelha”, Márcia (Clarinha), com sua suavidade, José Viana, Mestre Moacy, a minha querida e amada Tatiana Corujinha, Cecília, Edu, Jeanne, Ilaine, que mesmo afastada, se fez presente, Roy Frenkiel, com seus elogios pertinentes.

Agradeço a todos, e peço desculpas se esqueci de alguém, a memória falha, mas o coração não!

Ao pessoal da minha cidade, aos amigos e que são também meus amigos, de minha filha.
Ao meu “artista do coração", que está do outro lado do oceano, e que me disse uma frase que me emocionou: Queria muito ir e estar do seu lado!

A memória falha mas o coração não. Esqueci de mencionar aqui, mas não esqueci no meu coração. O blogueiro, que eu acho o mais sisudo dos blogs, o Jota Efe. Acho que ele vai ficar furioso comigo, por fazer este comentário, mas acredito, ele ser de uma docialidade muito grande. Hoje ele fez um comentário no meu fotolog, e como uma aluna que teme aquele professor bravo, fiquei toda faceira e, como aluna tô devendo uma maça pra ele...rs. Desculpa Jota não resisti! Agradeço também de coração.

Agradeço emocionada, pelos momentos que cheguei ao computador e fiquei rindo como uma boba, diante dos e-mails, inúmeros, e dos comentários, carregados de carinho que recebi.

Independente de qualquer resultado quero dizer que dentro do contexto da minha luta até agora, as tantas provas de carinho e amizade que me dedicaram, já me fizeram feliz e realizada, por saber que sou amada tanto quanto amo à todos.
Esse é sem dúvida o Grande Prêmio!


Agradeço honrada e emocionada.
Beti Timm

segunda-feira, 24 de novembro de 2008


Fustigar

E
dói , como lambada de açoite,
como fisgada de dor
dentro da noite

E
estampa na pele,
como vento desenhando a areia

E
destila o liquido,
nos corredores das entranhas
por onde dança o infinito

E
arremessa na inquieta tez,
carícias desenhadas
com trejeitos de insensatez

E
invade, espreitando,
desvanecendo o céu da boca,
em beijos destemidos
arrancando do interior incauto
gemidos doloridos

E
incendeia as partes internas,
com a lava incandescente
deslizando entre as pernas

E
aninhada
lambuza

E
estremece
assanha
espreita

E
aconchegada
acomodada,
faz moradia

E
atiça os pelos com as mãos
batendo
açoitando,

doendo de paixão.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008


Tinha decidido, não abordar, esse assunto, por ele ter sido tão bem explanado em outros blogs. Mas infelizmente, o que hoje presenciei, fez-me mudar minha decisão.



Inimigo Oculto


“Pior inimigo, é o invisível: aquele que ataca, bate e não podemos revidar!”

Todas as quintas faço um estudo, um laboratório de desenho, com modelos vivos. Os modelos trocam a cada mês. O atual, é um homem negro, jovem. Abrindo um parêntese: um "Deus Ébano, diga-se de passagem.

Hoje é a segunda aula que ele não comparece. Então enquanto esperava, uma possível troca de modelos, fiquei passeando pela sala e olhando os desenhos alheios. Todos tendo ele como modelo.
Algo me chamou a atenção: os desenhos, de duas mulheres, que ostentavam os mesmos, aos colegas:
nos dois, o corpo era o dele, mas o rosto, não; era de um homem branco, nitidamente caucasiano. O racismo mistificado, disfarçado, oculto, mas preconceito! Silencioso!

O desenho que fiz dele, e está incluído nos que vão para minha exposição, não tem rosto, por ser uma característica nos meus trabalhos. Mas percebe-se que é um negro, na sua cor, exuberância e vitalidade.

Logo em seguida, nos comentários, ocorridos, sobre a ausência do modelo, o racismo, mais uma vez manifestou-se, rasteiro e covarde. Como uma erva daninha!
Materializou-se na forma de uma senhora, assumidamente homossexual, o que me deixou perplexa.
Com um escárnio latente ela disse: “negrinho sem-vergonha!”.

O racismo é tão forte, que provavelmente, a discriminação, que, ela sofre, conclui ser diferente da discriminação da cor. Tudo enraizado dentro da sua superioridade, calcada, na prepotência de considerarem-se a “raça pura”.

Tomadas, as devidas providências, surgiu um modelo substituto.
Um negro, que se postou num tablado, no centro da sala, estático e exposto como um objeto.
Um modelo branco também ficaria na mesma situação, mas devido às circunstâncias, para mim, desenhou-se um quadro diferente.

Constatei, talvez, com um certo pessimismo: escravo?
Retirei-me! Muito racismo para um dia só!

domingo, 16 de novembro de 2008




A magia das palavras e do sorriso
(um anjo entre nós)


Com certeza ele veio de um lugar místico. Vestido com uma armadura, com a qual combate seus medos e suas incertezas. Suas armas são as letras, com as quais me encanta e encanta os que o lêem. No seu castelo, guarda um baú, onde preciosidades, pérolas, descansam, e em momentos abre o baú e divide esses tesouros com seus leitores. Tem um cantinho, onde brinca de rabiscar, o que na verdade, em vez de rabiscos, pode ser considerada enlevos de pura magia e ludicidade.

Foi neste “cantinho”, que eu o conheci. Foi num azul, onde as palavras dançavam uma dança contagiante, que de tão extasiada, lá retornei.
Voltei sempre, porque as poesias, os contos, encerravam uma beleza e uma sagacidade impressionante.

Esse talento sem limites lhe rendeu, esta semana, merecidamente um prêmio literário.
Quem não o conhece,e quiser saber mais detalhes sobre o prêmio, poderá ter este prazer imensurável, visitando seu cantinho, no endereço abaixo:

http://prosaversochammas.blogspot.com/


Então passei a conhecer melhor o dono de todo esse universo encantador. E descobri que ele é tão encantador, quanto suas palavras.

Tem uma bondade genuína, que estende a todos, que se aproximam. Um caráter pontuado de sinceridade, de atitudes permeadas de ternuras e de querer estar sempre ao lado de quem precisa. Tem uma gentileza que transpassa meu interior, e quando a mim dirigida, suas palavras, a minha alma se aquece e se regojiza na mais plena alegria.

O sorriso é de uma docilidade translúcida, como se nada fosse desmistificar sua meiguice.

Já chorei, “virtualmente” em seus ombros, e com suas palavras ternas e carinhosas, minha tristeza desvaneceu-se. Um amigo de todas as horas.


Tem a alma translúcida, porque seu coração é puro, imaculado.
A sinceridade é sua parceira constante.
Ele é meu parceiro espiritual, meu compadre, batizou e batizará quase todas as minhas “obras”. Um parceiro do qual jamais quero prescindir, porque essa parceria, é leal e me trás plenitude.

Dentro da armadura, estão escondidas as asas. Sim, pois ele, além de tudo é um anjo iluminado e suas asas abrigam todos que dele se aproximam.

Certamente tem defeitos, como todo mundo, mas sua bondade e sua angelical alma encobrem esses defeitos.

Desejo sempre que a felicidade esteja do seu lado, que tudo seja promissor na sua nova etapa de vida, que ele esta começando, e que a pessoa que ele ama, que é tão meiga quanto ele, vivam na mais estreita harmonia.

Se precisar, para esta felicidade ser permanente, darei um pedacinho do meu coração, com muita satisfação.

E quando eu um dia tiver a oportunidade de conhecê-lo, na vida real, sendo este acontecimento uma festa esfuziante, doarei, com toda alegria, outro pedaço do meu coração.



Ao meu parceiro e compadre Miguel.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

ADOÇÃO

Blogagem coletiva sobre ADOÇÃO



A Geórgia (Saia Justa) e o Dácio (Chega Mais), numa iniciativa nobre, pontuada no amor pelo próximo, promoveram uma Blogagem Coletiva, cujo tema aborda a ADOÇÃO, com o objetivo de levar mais pessoas para o caminho da Adoção.


Olhos nos sonhos








O corpo franzino esgueira-se pela porta, adentrando a sala vazia.
Os olhos baixos, concentrados no chão, num ponto único.
O rosto com os ossos salientes sugerem um amadurecimento forçado. Não há marcas mesmo que indeléveis de algum sorriso, ali registradas uma única vez.
Morosamente, senta-se com cuidado na poltrona, como temesse ser repreendido, por usar algo indevidamente.

O olhar continua pregado no chão, a cabeça cabisbaixa, o queixo, quase se juntando ao peito, entre os ombros curvados.
As mãos pequenas, de unhas cortadas rentes, desenham figuras imagináveis, na bermuda gasta, de uma cor que um dia foi azul.

A idade é imprecisa, no máximo uns doze anos, mas aparenta bem mais. Absurdamente representa ter dezesseis anos.
Dezesseis anos de dores.
Sua figura parece gritar essas dores vivenciadas durante anos, após anos sem nenhum lenitivo, sem um bálsamo para as feridas que seu corpo e sua existência carrega.

Mesmo sem mencionada, a aspereza de sua curta vida, é nítida.
Nele visualiza-se a fome que rasga suas entranhas, o frio úmido dos chãos sujos onde aconchegou seu corpo, numa seqüência massacrante.
Percebe-se o medo, que o acompanha sempre. O medo das surras que já lhe marcaram o corpo pequeno, o medo do inusitado, do perigo em cada esquina.
O medo que esquarteja sua vida, que lhe tira o sono, nas vigílias de noites, passadas nos becos, nas marquises dos prédios, onde se escondia.

O silêncio é tão grande que se escuta sua respiração lenta, mas ansiosa.
Vozes baixas chegam até a sala, onde ele está, como sussurros. Repentinamente, cessam as vozes na sala ao lado.
A porta se abre lentamente, uma mulher entra, acompanhando-a, outra mulher, sisuda, demonstrando um profissionalismo. Provavelmente uma assistente social.

A que entrou na frente, dirigi-se ao menino, com voz calma. Apresenta-se, e estende a mão denotando uma timidez e um nervosismo controlado a duras penas. Ele ergue os olhos. São castanhos, grandes, destoando do rosto magro. Olhos tristes, opacos, quase sem vida, estão inquisidores, vasculham algo que não tem certeza do que seja. Talvez uma resposta pras suas ansiedades, seus medos. Um caminho, pra carregar seu corpo pequeno, cansado da dor, do sofrimento, da desesperança.

O medo, ainda está ali estancado, como um vigilante incansável. A outra mulher, explica com voz fria, indiferente aos seus medos, que a moça, de gestos calmos veio para levá-lo para sua casa, para um período de adaptação, pois pretende adotá-lo.

Seu coração dispara, quase lhe sacudindo o corpo franzino. A moça continua com a mão estendida pacientemente.
A dúvida instala-se momentaneamente; A segurança frágil, mas certa do abrigo, ou o inesperado. Nem tem certeza de que saberá viver em uma família, num lar, ter comida, roupas, uma cama quentinha e talvez quem sabe de vez em quando, um carinho, uma palavra meiga.

Ele quase se atreve a pensar que aquela mulher estranha, com a mão estendida, lhe dará o que tanto espera. É um pensamento fugaz, mas não custa nada sonhar, ter esperanças. Ergue a mão com cuidado. Encontra a outra, que é quente, macia, aconchegante. A mão por onde chegam seus sonhos, aperta a sua com força, mas com uma carícia acalentadora.
Um sorriso meigo desenha-se no rosto da dona daquela mão, que lhe insinua uma vida decente.

Ela dirige-se à saída, segurando-o e conduzindo-o ao seu lado, com carinho e firmeza. Chegam, lado a lado, à rua, o sol é brilhante, como os olhos, fixos na moça. Caminhando lentamente, seus olhos, hipnotizados não se desviam, do rosto bondoso e calmo, de sorriso meigo.
Olhos na esperança! Olhos nos sonhos!


O menino do texto é fictício, mas inspirado nos milhares de adolescentes esquecidos e descriminados nas diversas Instituições e Abrigos existentes no Brasil e no mundo.

sábado, 8 de novembro de 2008

Hoje é dia de Cecília

Blogagem coletiva em homenagem a Cecília Meireles

iniciativa do blog "Na dança das palavras"

Retrato




Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida a minha face?


Cecília Meirelles e o tempo



Escolhi este poema, porque ele me remete a minha infância e um pedacinho de minha adolescência. Seus versos, densos e ao mesmo tempo de uma suavidade etérea me marcaram, de uma forma afetiva, mas que na época, não consegui delinear sua conotação real.

Quando mais tarde, já na maturidade eu os reli, tomei conhecimento de sua beleza profunda e visceral:

Eu não tinha estas mãos sem força, tão paradas e frias e mortas;

A constatação da velhice e da morte eminente, a amargura retratada fisicamente.
A ausência de sentimentos, desenhada em um coração sem forças para esboçar qualquer emoção.

E então a presença do tempo inexorável, onde tudo passou tão rápido, tão veloz que não foi possível esperar a velhice, abrir as portas para o tempo implacável.

E assim acontece com o ser humano. Percorremos o caminho do tempo, quase sempre, sem perceber que ele é como a velocidade da luz.Os anos se avolumam, e não realizamos sonhos.
Perdemos, o amor, num espaço, num segundo, e assim a vida, nos escoa por entre os dedos e não nos é possível segurá-la, não nos é permitido retomá-la para fazer o que deixamos escapar.
A vida não tem uma via de duas mãos. Não tem retorno.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008


Com os sonhos nas mãos
(percorrendo o arco-íris e abrindo o baú dos sonhos)





Exposição
Resgate da Arte

Beti Timm, com a coragem que lhe é característica, reabriu seus baús e promoveu o resgate de sua arte, durante algum tempo em compasso de espera. São desenhos sobre os mais variados tipos de papel, elaborados com lápis, grafite, crayon, carvão, nanquim, entre outros. Agora os abre ao público, como se estivesse expondo seu próprio coração, o verdadeiro criador de suas imagens de sonhos. É uma artista genuína e original em suas criações intuitivas, impondo o fascínio de suas superfícies volumétricas e a sensualidade onírica de suas mulheres. Sua linguagem é lírica e os climas de suas obras, fascinantes.

Zeca Paes Guedes
Marchand e crítico de arte



Exposição
Resgate da Arte - Beti Timm
Casa de Artes Baka
República, 189
25/11/08
19h



O texto do convite foi uma gentileza do meu amigo Zeca, sempre carregado de carinho comigo.
A data mencionada no convite, não é a correta, foi só usada como teste, pela minha filha ao confeccioná-lo.




Inicia-se neste mês uma etapa de minha vida, que sempre me pareceu tão distante quanto o fim do arco-íris. Esperanças, escondidas, em uma gaveta trancada a sete chaves, que nem mesmo eu pensava em destrancá-las.
Mas como num passe de mágica achei as chaves e libertei as esperanças, espalhando-as por todos os cantos de minha vida.

Desenho desde de menininha. Mas desenhar era algo proibido e que me renderam surras homéricas de minha mãe, que era a titular da família. Meu pai estava, como esteve sempre até hoje indiferente à tudo, preocupado em planejar suas escapadas. Eu recolhia todo o tipo de material que desse para desenhar, os lápis precários do colégio, as folhas de caderno, que usava escondida, papel de embrulho, espaços brancos em revistas, qualquer coisa que me permitisse desenhar, tudo que rendesse um risco, eu usava.


Na opinião de minha mãe, desenho não me renderia nunca dinheiro, nem uma profissão decente. Dizia-me que em vez de desenhar, devia era ajudá-la nas lidas doméstica, e era o que eu fazia, mas quando tinha um tempinho, corria para os meus desenhos e quando era descoberta, o que freqüentemente acontecia, as surras eram certeiras. Quando eu sentia a dor, que doía fundo, eu sonhava que um dia ia poder desenhar, sem ser punida.
Mas o que me doía mais, era quando ela achava meus desenhos, e os rasgava, para não tentar fazer novamente. Doía-me como se minha vida estivesse sendo destruída. As horas que eu passava escondida num porão eram rasgadas, como se meus sonhos fossem despedaçados. Tudo isso proporcionou um bloqueio, muito penoso pra superar.


Continuei desenhando, mas sem pensar em expor, guardando-os, com a certeza de que só pra mim tinham valor. Tinha sempre a sensação de estar fazendo algo errado, e que seria punida.

Foi a pouco tempo, que comentando o blog do Zeca (janelas do zeca), que esteve e está muito ligado as artes, que timidamente, mencionei que desenhava, mas que não mostrava a ninguém. Ele pediu-me para mostrar-lhe, os meus desenhos. O que fiz, muito temerosa, pensando na minha pretensão em mostrar desenhos simples, para uma pessoa que lidava com artistas competentes.


Mas para minha alegria, ele passou a me incentivar a mostrá-los e a continuar desenhando. Foi uma longa e torturante caminhada, com medos, inseguranças, mas com o Zeca me cutucando a todo momento, que me desafiou a provar a ele e a mim mesma, que eu chutaria meus fantasmas e realizaria meu sonhos.

Devo-lhe isso, mesmo ele insistindo que foram meu talento e meus méritos, que desbrocharam . Mas tenho certeza, que se não fosse a insistência dele, as palavras de estímulo, e o desafio que me despertou, eu estaria escondida até hoje.



Tudo requerendo muita luta, brigando com meus medos, ainda em momentos tendo a sensação que estou fazendo algo errado, mas vou em frente.

Desenho na madrugada, porque é mais tranqüilo. As vezes acho que estou um pouco, obcecada, pelos desenhos. Todo momento livre, corro pra desenhar. Tento recuperar o tempo perdido. Tenho certeza que vou achar meu equilibro, mas agora a minha sede é imensa!

Meus dedos estão com calos, minhas costas doem. Todo dinheiro que me sobra, uso para comprar meus materiais, deixando de lado minhas vaidades femininas. Estou feliz, em paz com meus anseios e com meus sonhos quase concretizados.

Além do Zeca, que é meu “marchand” de coração, devo a muitos amigos queridos, toda essa minha caminhada: a minha filha, que me dá muito apoio, me auxiliando em tudo. Inclusive é minha relações públicas. A Loba minha amiga e parceira. Cris, a estrelinha, minha amiga de fé. Jens meu parceiro e sei está feliz com minhas realizações. Meu adorado parceiro Miguel, que batiza meus trabalhos (obras, como ele me corrige).Sua namorada, a Soninha, que comenta muito no meu fotolog e que adoro quando ela o faz, e a todos que visitam meu cantinho, e que me contemplam com palavras carinhosas de estímulo.

O pequeno resultado desses sonhos, é a exposição coletiva que participo em uma casa de cultura, e a individual, que se realizará na semana que vem, assim espero. Será simples num lugar tradicional, mas simples. Tudo isso é apenas o começo dos meus sonhos, e que se estenderão até os últimos dos meus dias, resgatando minhas esperanças
.

sábado, 1 de novembro de 2008


A princesa às avessas e o intrépido Cavaleiro Andante

( o amor quebrando todas as regras)


Vou contar uma “quase” fábula, escrita por quem sempre, acreditou e acredita que o amor é forte e feito de partículas de insignificantes diferenças
.

A princesa
Ela, quase uma jornalista. Mescla firmeza com uma docilidade inconstante. Caminha pela vida como se equilibrasse numa linha tênue da segurança. Espera sempre uma palavra, que lhe afirme suas decisões. Mas quando essa palavra não se faz presente, toma suas decisões com toda perspicácia que lhe é inerente. O humor oscila, no seu dia a dia. Num momento brinca com a vida, no seguinte, a batalha está armada. E quem estiver no seu caminho recebe os respingos, tanto da alegria, quanto da batalha.
Sua aspereza é sempre vencida pela ternura, que esconde numa tentativa de ser forte. Em contrapartida debulha-se em lágrimas ao sinal de qualquer emoção.
É extremamente politicamente correta. Nada escapa da sua coerência, e mesmo que isso lhe custe o que mais deseja. O seu senso de justiça é alinhavado toda vez que sente que ele está saindo dos seus critérios.
É de uma meiguice encantadora, mas quando briga, sabe ser dura como ninguém.
É autoritária, parece estar sempre com um chicote nas mãos, mas, no entanto anseia por um gesto carinhoso.
É uma princesa que destoa dos contos de fadas. É humana, com erros e acertos. Mas sabe amar com intensidade, da mesma forma que ama a vida.
Tem sonhos, esperanças que lhe permeia o seu espírito combativo.Vive entre o real e os sonhos.


O intrépido Cavaleiro Andante

Quase “doutor dos bichos”, é extremamente contagioso em seu jeito de ser. Carinhoso, se veste de poderoso, quando a situação requer. Mas tem uma candura que encanta quem com ele convive.Franco, consegue dizer a verdade sem magoar. Tem gestos cuidadosos. Quando fala com alguém seus olhos não se escondem. Miram direto, sem deixar alternativa, de quem com ele fala, usar subterfúgios.
Pacencioso sabe lidar com as contrariedades sem perder a fleuma. Às vezes disperso. Quanto alguém fala com ele, parece estar em outro mundo, e a princesa tem que puxá-lo para a terra. Às vezes ela o faz com dureza, mas ele não se abala, retorna com a mesma forma com que se dispersou.
Também sabe amar com intensidade. Percebe-se isto nas suas atitudes, no seu olhar. É educado e procura ser sempre cauteloso, na lida com os outros.
Ri com franqueza, e assim contagia com sua alegria.Deve ter defeitos, como todo humano. Mas é bom gostar dele, faz bem ao espírito e torna-se fácil, com ele conviver.

O encontro da princesa e do intrépido Cavaleiro Andante

Encontraram-se, porque assim estava escrito. O destino bordou seus traços com esmero, e deu-se a simbiose. Um completa o outro. Parecem opostos, mas são iguais. Parecem distintos, mas se misturam com facilidade. Seus risos se entrelaçam constantemente. Seus sonhos se tornam realidade quando enfrentam a vida. Um se ampara no outro. E se caírem, estarão juntos.
Um, a calma o outro a turbulência. E juntos são as intensidades de viver.
Juntos representam o amor e tudo que dele renasce