sábado, 25 de outubro de 2008


Pertinho do fim do arco-iris



Meninos & Meninas

Quero antes de mais nada pedir desculpas pela retardação nas respostas dos comentários, e a escasses nas visitas aos amigos, o que me deixa triste e em dívida, com vocês!

A demora deve-se , por eu estar em uma etapa de minha vida, que está sendo uma surpresa a cada dia, ou melhor dizendo: estão se concretizando sonhos que eu tinha guardado, em relação a minha arte.


Tenho, em breve duas exposições programadas. Sendo que a realização de uma depende exclusivamente de mim. A casa de artes onde será realizada, cede somente o espaço. A organização será toda por minha conta, com inúmeros detalhes, o que está tomando o meu tempo.


Mas os sonhos são assim, quando se concretizam, são turbulentos, e nos tomam por completo. Mas isso torna tudo mais intenso e o sabor final muito mais gostoso!


Fiz um "Fotolog" na internet, onde postei meus trabalhos! Quem quiser dispensar um tempinho extra e ir lá visitar, ficarei imensamente feliz, pois devo grande parte desse sonho ao carinho e ao incentivo de cada um de vocês.

O endereço vai aí, é só clicar e estarão mais um pouco pertinho de mim.



À todos o meu agradecimento e carinho.

terça-feira, 21 de outubro de 2008


Anjo encoberto

Ao acordar seus sonhos acordam juntos
desliza suavemente por entre as alamedas da ilusão
feita de ânsias entalhadas nas cavidades
resquícios de labaredas incineradas nas incertezas.
dedos que transitam por saliências inconstantes
como um cego na busca do inusitado.
Olhos fecham-se quando a imagem se distorce, e incisiva chega a alma
passeios entre o incerto e o que já declinou
passos entre o amanhecer e o entardecer
mergulhos na escuridão desenfreados.
Incestuosidade na luxúria
e suavidade na ternura.
Etérea como a magia das incidências espargidas
nas incontinências de menina-mulher.
Regada de lágrimas, quando sonhos se despedaçam
rendendo homenagens póstumas às esperanças ressurgidas.
Incidental nos entremeios das paixões
preenchendo momentos dispersos, vazios
oportunizando o desafio, que leve ao alucinógeno.
Caracterizando-se pela ternura, dela descendente.
Carência palpável, mas também doação desprendida.
Constituída de pedaços de inseguranças
feitas de sentidos descalços
de sonhos despidos
de mãos estendidas
de prenúncios de felicidades vindouras
de seduções disfarçadas.
Um anjo, onde se esconde a mulher.


Beti timm

sábado, 18 de outubro de 2008


O melhor lugar do mundo!

(mais um "memezinho", para a Shi se divertir um pouco)


O meu ilustre parceiro Jens, da Toca do Jens, me passou, esse “meme”. Vou tentar fazer a lição de casa, que é dizer onde, e diria também, como quero passar minhas férias.

Bem, antes de tudo, tenho que escolher um lugar, ou talvez já tenham escolhido pra mim. Calma! Já explicarei. Neste ano, conheci, um artista, do exterior, mais precisamente da Europa (uma das maravilhas da internet, a facilidade na interligação de pessoas de lugares diversos), alguém muito bonito, charmoso, interessante. O Jens que me passou este “meme” sabe de quem estou falando.

Depois de algum tempo de convivência, ele insiste, muito, que eu vá conhecê-lo pessoalmente. Não vou mencionar o nome dele, por ser conhecido, e não quero, lhe trazer transtornos indevidos. Para tentar me convencer, ele me acenou com a possibilidade de me presentear com as passagens. Muito tentador! Conhecer a Europa, e namorar alguém interessante são algo pra se pensar com carinho.

Pensei, repensei. Não sei os motivos (talvez eu seja alguém de gostos simples), que me levaram a não aceitar, esta proposta tão atraente. Há certas situações, em que o desejo ou aparece de imediato, nos atirando de cabeça, ou simplesmente não acontece a famosa “química”. Ou o desejo é explícito, ou não é desejo, daqueles intensos. As aventuras, também já não me atraem tanto. Estou mais light!

Mas mesmo resistindo a esta tentação, fiquei lisonjeada! Talvez com o decorrer do tempo, eu me decida a ir.


Mas, como estou em uma fase da vida, em que estou caminhando com passos pequenos, mas sólidos, em direção da realização pessoal, com a minha arte. Todos os espaços do meu interior estão, direcionados para tal, e se não agarrar com força e determinação, as oportunidades, que estão despontando, e que irão surgir, só me restará guardar, meus pincéis, minhas tintas, e assim, esconder mais uma vez esse sonho. Desta vez, pra sempre!

A arte é minha essência, sem ela, não tenho sonhos, desejos, nada, sou um barco à deriva, não consigo nem mesmo ser feliz por inteiro. Sou fragmentos, esparsos e vazios.

Sendo assim, quero ficar o tempo todo, do lado dos meus desenhos. Quero desenhar e pintar, em todos os momentos que me sobrarem, e isto me leva a pensar em férias bem peculiares.

Como durante o dia, mesmo não trabalhando fora, meu dia é extremante turbulento. Tenho uma casa pra cuidar, mil coisas sempre me tomando o tempo e o que é mais preocupante, tenho um pai de 86 anos, que mora comigo e não me concede um minuto de paz! Ele consegue, fazer peraltices a todo o momento, e me cobra atenção em tempo integral. Minha relação com ele, é muito complicada. Nunca me amou, sempre foi frio e reservado, e como minha natureza, anseia por carinho sempre, tenho mágoas, que ainda estou administrando. Mas, sabe que cuidarei dele até o fim. Jamais abandono ninguém, é algo inerente em mim.

Por esse motivo, na madrugada, desenho com mais determinação e concentração.
Ninguém me solicita nada, só o silêncio é meu companheiro constante.

Relevando todos esses contratempos, tive uma idéia inusitada, um pouco estranha, mas que seria adequada para sanar esses problemas e eu teria férias espetaculares:
eu poderia dispor de minhas férias, mas daria férias para o meu pai. Mandaria ele para um lugar agradável, tranqüilo, bem distante de mim (acho que meu lugar no céu dançou. Paciência, mesmo porque o céu deve ser muito monótono), com uma acompanhante (bonitinha), todos os aparatos necessários, para ele ficar bem, e eu ficaria na minha casa, no melhor lugar do mundo, desenhando e pintando na mais plena paz. E muito feliz!

Mas também existe a possibilidade de alguma alma caridosa, que estiver me lendo aqui, se prontificar a ficar com um velhinho simpático (não precisa trocar fraldas ou dar comida na boca), só gosta de ler jornais, escutar um radinho de pilha e ver novelas na televisão. Tudo muito simples! Alguém se habilita?

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Chamada para a vida

Adoção: um ato corajoso de amor

Quando li no blog do Dácio, o post sobre adoção, apaixonei-me de imediato. Minha mente fervilhou, de tantas coisas que se pode comentar, sobre um assunto tão importante, algo que me toca profundamente. Quis participar da blogagem coletiva, mas senti-me ao mesmo tempo incapacitada para tanto. Então quando a Geórgia me convidou pensei: não preciso, me aprofundar nas leis, na burocracia, que dificulta as adoções. Posso falar do lado humano, dos sentimentos e do amor que está inserido quando se adota uma criança. Isso eu posso falar, neste aspecto, eu tenho muito pra contar, sendo a adoção, um ato corajoso e despretensioso, no qual o objetivo é doar amor.

Portanto, quem quiser participar da blogagem coletiva, será bem vindo, dando o seu depoimento e assim, fazendo a sua parte, numa luta justa, onde só o amor e a coragem fazem uma parceria única e bela. Ajudem-nos a irrigar, o solo onde transita esse ato corajoso, para que os frutos, sejam colhidos com mais facilidade, com mais justiça!



Para a Blogagem Coletiva o convite é:

1) Depoimentos de quem adotou uma criança;
2) Quem pensa em adotar e está neste corredor de espera;
3) Como foi o seu contato com a entidade X criança X você;
4) Quais as dificuldades enfrentadas até a reta final;
5) Você, parente ou amigos estão no corredor de espera para a Adoção?
6) Gostaria de discutir o assunto mesmo que não queira adotar uma criança?
7) E como vê toda essa situação na sociedade em que vivemos?

A data para a blogagem será na semana de 10 a 15 de novembro. Assim teremos uma semana inteira para escrevermos e interagirmos sobre o tema: Adoção de Crianças e Adolescentes. Vamos em frente? Posso contar com você para ajudar a divulgar essa blogagem em seu blog?


O selo da postagem pode ser levado para seu blog por esta tag, código html: Ele foi feito pelo próprio Dacio.


terça-feira, 14 de outubro de 2008

Este selo ganhei da minha amiga blogueira "corujinha", o que me deixou feliz e orgulhosa!


A minha adesão a campanha do cancer de mama, se deu um pouco tardia, devido à algumas dificuldades minha em lidar com a internet, já que sou uma amadora. Mas estou aprendendo!






À minha corujinha amada e adorada






Nesta madrugada, tive uma alegria, impossível de descrever: uma menininha, meiga inteligente, que tem um blog, gostoso de se visitar, e que faz minhas madrugadas interessantes e gostosas. Me indicou para um selo, o que me deixou honrada pela sua indicação!



Nos conhecemos, na madrugada, por isso chamo ela de corujinha é ela me chama de corujona. Veio visitar meu blog na noite, e eu retribuí a visita. A partir daí nasceu uma afeição, um carinho, um encanto, que o mundo virtual nos presenteia.



Ela sabe o que esse gesto representa pra mim, e sinceramente, não existem palavras para lhe agradecer, a não ser pelo meu carinho eterno e constante.



Obrigada corujinha, do fundo do meu coração!






Vale a pena conhecer o blog da corujinha. Deixo aqui o endereço dele.




2. Beti - a minha corujona preferida, uma menina muito bem vivida, doadora de um amor que não lhe cabe no peito, de tão grande que é!


segunda-feira, 13 de outubro de 2008


Reflexão- Gilka Machado


Há certas almas
como as borboletas,
cuja fragilidade de asas
não resiste ao mais leve contato,
que deixam ficar pedaços
pelos dedos que as tocam.

Em seu vôo de ideal,
deslumbram olhos,
atraem as vistas:
perseguem-nas,
alcançam-nas,
detêm-nas,
mas, quase sempre,
por saciedade
ou piedade,
libertam-nas outra vez.

Ela, porém, não voam como dantes,
ficam vazias de si mesmas,
cheias de desalento...

Almas e borboletas,
não fosse a tentação das cousas rasas;
- o amor de néctar,
- o néctar do amor,
e pairaríamos nos cimos
seduzindo do alto,
admirando de longe!...






Crisálida

De cuidado e delicadeza, devíamos sempre nos vestir, evitando assim qualquer deslize, aos sentimentos alheios. Nunca ultrapassarmos nossos limites, mesmo motivados por impulsos ou desejos prementes, seria uma regra básica a ser seguida. A fragilidade da tênue linha entre o querer e o poder, é extremamente fácil de se romper.

E quando invadimos o espaço de quem está ao nosso lado, estamos, rompendo regras, que nos permitem uma sociável convivência. E como nas borboletas, às vezes, um gesto mais bruto, mais ousado, deixam pedaços, entre os dedos de quem as tocam. O mesmo acontece com a convivência humana. Quando nos destituímos do bom senso e passamos a exercer uma certa autonomia, mesmo movidos por boas intenções, quebramos lições da boa educação, estamos invadindo o casulo alheio.

Estamos colocando bandeiras sem licença prévia. Estamos nos tornando invasores onde devíamos ser visitantes. Quando tomamos esta atitude, sentenciamos o outro lado, a um retrocesso, compreensível diante de tal situação.

A sensibilidade deve sempre ser nosso par constante, evitando-se transpor a linha que separa o sensato e o delicado, do abuso e da imprudência.
Por mais intimidade que se tenha com alguém, somos dois lados diferentes, e jamais devemos nos impor, nos tornar inconveniente.
Corremos o risco de perder, essa intimidade, e quem sabe até o respeito. E a harmonia torna-se bruta, e lapidá-la torna-se quase impossível.

Portanto aprendendo, onde erramos, devemos optar pela cautela e pela sensibilidade de respeitar o espaço alheio.
Como na semântica, permitir que o lagarto siga seu ritmo adequado ao transformar-se em borboleta. Nos relacionamentos, sejam de qualquer espécie, a delicadeza, é o fator primordial. A essência perfila-se com uma borboleta. Delicada e frágil.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Eu




Sou uma alma pequena
neste espaço imenso.
Sou translúcida
mas às vezes fechos meus tons e fico opaca.
Sou invisível
mas quando me mesclo à vida
todos me vêem.
Sou como uma lagoa de águas tranqüilas
mas quando me jogam pedras, formo círculos infindos.
Sou de uma suavidade inverossímil
mas tenho garras escondidas, prontas a serem usadas.
Minha alma é como de um super-herói
intrépida, audaz
mas necessito de colo a toda hora.
Sou hospitaleira
mas, fecho minhas portas quando me sinto acuada.
Sou como um amanhecer
que desliza sobre tudo com soberania
e quando vem a noite, reponho minhas autonomias
para o próximo amanhecer.
Sou como o sol, que brilha e resplandece de dia
e a noite se veste de prata, para uma festa.
Sou mestre em amar
e aprendiz em ser amada
mas só amar, por si só me basta
preenchem-me todos os meus vazios
deixa-me farta, com a alma esgotada.
Minhas dores, são intensas
mas as transformo em efemeridade
quando ressalto minhas alegrias
e a permuta é constante.
Sou como um grito de desabafo
pra não guardar mágoas, nem melancolias
quando sou ferida esperneio e choro mares de lágrimas
e não me sinto constrangida.
Sou como a complacência de um monge
mas a intolerância me desnorteia, me tira dos eixos.
Sou como um sorriso de criança
mas tenho a sensualidade de um ato de amor.
Sou como um beijo no canto da boca
mas minha meta é sempre possuir a boca inteira.
Sou ternura, anseios, medos, amores, sonhos.
Pareço passageira
mas ando ao lado do permanente.
Sou uma transeunte da vida
com ponto de chegada na estação do amor.




Dedico esse arremedo de poesia ao meu Parceiro Encantado, blogueiro preferido, o Miguel, alguém especial,que mencionou que meu último post estava muito duro. E principalmente porque me mostrou que almas brancas existem, e que os anjos estão entre nós.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Fazer o sonho acontecer





“Quero falar de uma coisa
Adivinha onde ela anda
Deve estar dentro do peito
Ou caminha pelo ar
Pode estar aqui do lado
Bem mais perto que pensamos.”



Anos 70: O Brasil, fervilhava em emoções intensas e inesquecíveis. Encerrava-se o “Ciclo das Vanguardas”, na sociedade brasileira e posteriormente a derrota das esquerdas armadas, na metade dos anos 70. Cidadãos brasileiros foram covardemente torturados, e outros tantos dizimados e abatidos como animais, despedaçando famílias. Uma caça aos ideais! Nas artes, ocorre o desgaste do “Tropicalismo”, ou seja, a expressão mais adequada do “Vanguardismo Artístico” brasileiro. Desponta uma nova etapa na política de esquerda. O nascimento do Partido do Trabalhador (PT). Na política e na cultura, esboçava-se uma revolta latente contra a Ditadura, enfiada goela à baixo, nos brasileiros!


“A folha da juventude
É o nome certo desse amor
Já podaram seus momentos
Desviaram seu destino
Seu sorriso de menino
Quantas vezes se escondeu.”



O grito de protesto ecoa, nos cantos do País, em caráter de músicas e peças de teatro, entre outras manifestações culturais. O que foi duramente combatido pelo sistema imposto! Mas deixaram marcas profundas na memória de muitos brasileiros.
A punição ocorreu: exilando, torturando e destituindo a liberdade dos artistas que ousavam se manifestar de forma avessa ao que acontecia nas ruas, e nos bastidores do país! A censura fincava seus pés sem piedade!
Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Geraldo Vandré, tiveram suas músicas esmiuçadas e retalhadas pela “tesoura” dos censores.
A cultura estava sendo castigada!
Geraldo Vandré foi duramente punido, sendo torturado, por ter composto a música “Pra não dizer que não falei das flores”. Foi considerada um “toque de reunir” das forças armadas, devido a sua letra, até hoje lembrada:


“Vem vamos embora/Que esperar não é saber/Quem sabe faz a hora, não espera acontecer!”

Custou-lhe o exílio, na seqüência, a tortura! E supõe-se que tenha enlouquecido!



“Mas renova-se a esperança”.
Nova aurora a cada dia
E há que se cuidar do broto
Pra que a vida nos dê flor e fruto.”



Nos anos 75 e 76, foragida de uma educação rígida, ditatorial, tornei-me bancária, desfrutando minha liberdade, tão duramente conquistada! Andava na transversal dos acontecimentos do meu país. Devido a uma sede de viver contundente, tornei-me alienada aos fatos trágicos, que ocorriam a todo o momento. Enquanto eu vivia plenamente e fazia planos para o futuro, jovens como eu, eram torturados, vilipendiados e morriam nos “porões da ditadura!”.
Enquanto, eu comprava roupas, cursava um curso de modelo, e me sentia bonita e cheia de vida, mulheres de minha mesma idade, despojavam-se de suas vaidades e aliavam-se às lutas.

Ao casar-me mais tarde, com um colega, e militante ativo, passei a participar com ele dos piquetes e greves bancárias, tentando assim buscar a contrição pelo meu pecado de “alienação passada”.



“Coração de estudante
Há que se cuidar da vida
Há que se cuidar do mundo
Tomar conta da amizade”



Um dia, caiu em minhas mãos o livro Brasil: Nunca mais
Baseado em depoimentos de entidades vigilantes dos direitos humanos.
Relatava com detalhes claros e crus, o que se passava nos bastidores das prisões, da ditadura.
Estarrecida com a crueldade descrita em cada linha, penitenciei-me diante do meu descaso! Com um remorso, dilacerante (o único que senti até hoje), meu coração fez-se pequeno e medíocre! E mesmo tendo reformulado minhas atitudes e tendo uma outra postura diante dos fatos, me senti culpada, mortificada, por ter fechado meus olhos para tudo aquilo e tê-los voltados para coisas banais.

Num acordo com minha consciência, vivenciei, vibrei, com maturidade e consciência patriótica, com o “Impeachment” em 15 de março de 1990, do então presidente Fernando Collor. Com a eleição de Lula, em 2003 e de outros fatos políticos do meu país e do meu estado!






Hoje convivo com uma realidade política, que extinguiu meus sonhos.
Minha esperança por um país melhor tornou-se efêmera, frágil, passando a convergir com a desilusão da maioria dos brasileiros.
Mas ainda tenho a utopia de que minha esperança faça um conúbio com meus sonhos adormecidos, e a chama reascenda e aqueça meu coração de brasileira, que ainda sabe lutar por ideais e por vida mais digna.



“Alegrias e muitos sonhos
Espalhados no caminho
Verdes, planta e sentimento
Folhas, coração, juventude e fé.”


Sobre o livro Brasil: nunca mais
“O grande objetivo do livro é que ninguém termine sua leitura sem se comprometer, em juramento sagrado com a própia consciência, a engajar-se numa luta sem tréguas, num mutirão sem limites, para varrer da face da terra a prática das torturas.”

James Wright


sábado, 4 de outubro de 2008


Balançar

Neste verão já decidi: vou colocar uma rede, na varanda de minha casa.
E quando, eu me sentir como se estivesse numa estrada poeirenta, vou para ali recuperar meu fôlego, minhas energias. Provavelmente esse momento, será ao entardecer, naquele momento, em que nossa vida parece estar se escondendo, desaparecendo com o sol, numa fuga inesperada. Vou saborear a melancolia, e sentir a vida deslizar suavemente, como uma canção nostálgica.

O tempo vai parecer parar, o ar vai estar morno, só com uma leve brisa a me acariciar a pele, como um carinho do homem amado. Apenas um roçar, como se fosse uma leve impressão, um leve toque, que me vai eriçar os pelos. Vou esperar a noite, e vou ficar a contar estrelas, sonhos, esperanças. Lembrarei de passagens agradáveis, onde fui feliz. Serei feliz, de novo. Terá o sabor de uma felicidade, novinha, sem os resquícios de tristezas, angústias passadas.
Quem sabe chame meu amor pra sonhar e perambular pelas estrelas comigo. Pra me ajudar a contá-las. Entre cada estrela contabilizada uma caricia acrescentada. Juntar meu corpo ao dele e unir os pensamentos em um uníssono compasso. Estaremos planejando como ser feliz, sem correntes, sem medos. Tendo apenas como obrigação, ser feliz.
Viver um dia de cada vez, um sonho de cada vez. Mas se meu amor não quiser me acompanhar, não tem importância. Se ele temer a felicidade. Vou me embalar sózinha e ser feliz por ele. E quando cansar-me e de tudo me fartar, vou até ele, abraço-o e beijo-lhe a boca. Passando-lhe minha felicidade e minha paz.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008










A estrela e o anjo

Esta semana, meu coração está pequeno, dolorido, apertado.
Queria falar de alegria, de tudo que está me acontecendo de maravilhoso. Que estou vivenciando o melhor período de minha vida
Tirei meus desenhos da gaveta que estavam escondidos, expondo-os. Compartilhando com outras pessoas, o que mais amo na vida.
Tenho desenhado muito, e com a continuidade, estou desenhando cada vez melhor, e assumo isso com orgulho, algo que no ontem não ocorria. Mas alguém especial disse-me sabiamente, que não devia esconder minha arte.
As portas em relação a minha arte estão se abrindo, e creio que chegara o dia em que todos os acessos estarão livres.
Na vida afetiva, está tudo perfeito. Na paixão, da qual não sei viver longe, estou levitando, em pleno estado de encantamento. E não me interessa o amanhã!
Estou brincando de encantar e sendo encantada.


Fui agraciada, com o título de mosqueteira, pela minha especial, estonteante amiga Loba. Ela sabe o que isso representa na minha vida. Deixou-me em estado de felicidade e orgulho, que temo explodir meu coração!

Entretanto, uma sombra entremeia tudo.
A distancia de uma amiga querida, que esta em luta contra um câncer de mama. Que conseqüência deste fato afastou-se de mim, deixando-me um vazio e uma tristeza abrasadora.
Sei que este isolamento é uma seqüela deste mal. Não quer se mostrar fragilizada, desprovida da alegria que lhe era constante. Tenho que aceitar essa atitude, mas me é extremamente penoso.

Queria estar ao seu lado, segurar sua mão e dizer que a ajudaria a vencer essa batalha. Dividir com ela minha alegria, como sempre fiz. Minha aparente inconseqüência, que lhe provocava risos espontâneos, atordoando-a tanto que quase se esquecia do seu infortúnio.

Conheci-a num dia, no outro éramos amigas inseparáveis.
Eu com minha tresloucada ânsia de viver. Ela com uma sensatez tranqüila, para alguém de apenas 37 anos. Meus 53 anos resumiam-se a metade ao seu lado.
Eu, filha! Ela, mãe! Amigas!


Uma pessoa iluminada, única, que sempre soube me amar despretensiosamente.
Chama-me de anjo, por ter surgido em sua vida, do nada e numa etapa crucial de sua vida. Eu a chamo de estrela, por parecer sempre guiar meus passos! Fielmente do meu lado. Parceira incontestável!
Mas, o anjo está impotente, contra as ciladas do destino.
Tenho forças para oferecer meu ombro amigo, meu silêncio solidário.
Mas como oferecer tudo a ela, estando distante?

Procurei-a diversas vezes. Sei pelos seus familiares, que está bem. Por enquanto tenho que me conformar com isso e rezar, para que vença, que se saia vitoriosa nesta luta. . Estarei do outro lado, lutando junto!

A sensação que tenho, é que foi um sonho. Uma estrela cadente, essas que riscam o céu numa velocidade intensa que não nos dá quase tempo de evocar o pedido.




Mandava-me mensagens lindas. Estou colocando uma pra terem uma idéia da sua grandiosidade.
.



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Ao deitar ontem, meu pensamento foi tomado pela tua presença,ou pela tua imagem, o que importa é que mesmo não estando ali, era muito presente naquele instante.A todo momento vinha à minha mente a tua ¨história passada de vida¨, e eu percebia que não precisa ser heroína para servir de exemplo de superação, não precisa ter uma história mirabolante de contos de fada, mas sim uma narrativa vivida por uma mulher de verdade.A medida que o tempo passava eu ia distinguindo uma coisa da outra, jamais devemos nos comparar, mas sim, tomarmos como modelo,e mais uma vez aprendi que mesmo frágil somos capazes de dar saltos bem firmes.Não preciso te jogar confetes,embora mereça pelo valor de tuas atitudes,ficaria citando uma a uma as tantas qualidades que te cairíam bem,o maior efeito não está aqui na tela,mas sim, em meu coração, em minha vida, em meus passos daqui por diante.Hoje pela manhã, surpresa agradabilíssima, descobri a Pêonia,quem sabe fique a pensar, poderia ter sido Rosa, Margarida......, sim, poderia,mas nehuma delas tem a exubêrancia na medida certa que tens, penso que essa seja mais parecida contigo por tudo que representa.Sendo assim, a partir de agora resolvi dar nome ao meu arcanjo ou querubim será Pêonia a mais vigorosa das poucas que habitam em meu jardim, a que mais brilha, a que acorda sempre radiante todos os dias, a que me faz ver, como é maravilhoso renascer dia após dia, áquela que tem uma capacidade extraordinária de doar-se em prol da felicidade alheia.Vou te mandar em anexo a Pêonia,e não esqueça que o Anjo também, sempre sobe, beijoooo. Cris
6 de junho de 2008