domingo, 29 de junho de 2008


Uma estrela de primeira magnitude



Esta postagem dedico à uma amiga especial que está passando por um momento difícil, mas que tenho certeza vai chegar a reta final, com o brilho que lhe é peculiar e certamente sem nenhum arranhão, uma característica de pessoas dignas e que tem uma alma de estrela.





Prócion, Alchernar e Belegeuse



Antigamente, como existiam apenas, seis classes de brilho, estrelas com luminosidade diferente recebiam a mesma classificação. As estrelas Prócion, Achernar e Belelgeuse , todas com brilho aparente semelhante, eram classificadas como sendo de primeira magnitude.




Essa minha amiga, eu a chamo de Estrela, pelo seu brilho, pela sua grandeza de espírito. Caminha sempre ao meu lado, com carinho. Chama-me de Anjo Peônia (uma flor exótica da Ásia) e nos seus momentos mais carinhosos me denomina Querubim. Quando num momento da vida, me decepcionei com outra amiga, me foi concedida à dádiva de encontrar duas grandes amigas. A outra por enquanto virtual, mas de uma importância, sem tamanho. Uma pisciana, especial e glamurosa. Sendo assim, tenho que concluir que a vida me foi extremamente generosa. À minha amiga Estrela torço fervorosamente que ela continue brilhando cada vez mais e assim iluminando sempre o meu caminho.

quinta-feira, 26 de junho de 2008






O supérfluo do belo


Escorreguei no teu corpo, numa invasão concedida. Teus sentidos me rodearam, sucessivamente me deixando trêmula, sem prumo. Suspirei no teu ouvido, pra não te assustar. Tua boca entrou na minha, trespassando a minha numa lentidão devastadora. Teu pomo-de-adão subiu e desceu, lentamente. Fiquei satisfeita. Tinha te atingido! Fui buscar respostas no teu infinito querer. Todas minhas dúvidas foram saciadas com tuas certezas. Nos teus braços, fiquei pequena, pra logo crescer no teu desejo. Encostei, no teu peito, e ouvi teu coração bater loucamente, me querendo, invadindo minha privacidade, me tomando, derrubando meus muros, desfazendo meus preconceitos. Estava ansiosa, apreensiva, com medo de te perder! Tudo desnecessário, em vão! Bastava olhar na paisagem serena e vulcânica do teu olhar, pra constatar que tua vida já estava, enredada na minha. Não pra sempre. Pra agora. E é o que me bastava saber!

terça-feira, 24 de junho de 2008


O abraço no vazio


Observo meu pai, arrastar os pés, ao caminhar, uma seqüela da idade, e, tento esmiuçar dentro de mim, uma pequena partícula de piedade, de algum sentimento, e não encontro nada. Sinto-me culpada, mesquinha, pequena ao perceber que não consigo esboçar a mínima emoção. Deveria tentar relevar, dar uma concessão, por ele estar enfrentando uma velhice quase solitária, mas me sinto incapaz de conceder tal sentimento. Mas em contrapartida, aparecem as mágoas os ressentimentos, a frieza dos momentos em que eu desejava apenas o carinho, a presença de um pai. E ele esteve sempre presente, mas era como se não estivesse, tal era e sempre foi a sua falta de amor paterno. Queria quando menina sentar no seu colo, sentir seu abraço, sentir seu carinho, e, no entanto, o que me retornava era uma frieza desmedida, um desamor imenso, que me deixava triste e sem nenhum chão, nenhum alicerce. Queria poder contar com ele nos momentos em que só um pai, consegue dar o que necessitamos, ou seja, apoio, solidariedade, amor sem restrições. E assim foi ano, após anos, vida, após vida, e permanece até hoje. Zelo por ele, pois está comigo. Certamente seus últimos instantes de vida, serão ao meu lado. Cuido dele, por um ato de benevolência, consciência, não sei definir. Tento não esmorecer e cumprir minha tarefa, mas é dolorido, porque amo, amo a todos, mas não consigo amar meu pai.

segunda-feira, 23 de junho de 2008


Sensações geladas

O inverno sempre me pega de jeito. Desmancha-me, desarruma, me deixa como que grudada, trancada. Acordo-me pela manhã, já fazendo um laboratório, feroz pra escapar da cama, daqueles braços quentes e aconchegantes, que são as cobertas. Tenho que me punir, e me segurar pra não voltar para esses braços, que me chamam desesperadamente.Aí, vem o próximo passo penoso, enfrentar um banheiro frio, uma água mais fria ainda! Isso é um crime para uma simples mortal como eu. Isso sem falar, nos meus neurônios que todos dias me mandam mensagens urgentes, para ser instalado um ar condicionado, sem demora, pois eles não conseguem chegar a nenhum raciocínio de tanto frio, e assim me levam a ficar com a mente completamente emperrada, tendo que engatilhar uma palavra atrás da outra sem embolar. Aí estarei definitivamente com minha carreira de ser humano com um pouco de inteligência encerrada, gerando assim um caos sem precedentes e certamente meus familiares irão tomar a devida providência de me internar. Pois estarei balbuciando palavras desconexas. Preciso também de um Lap Top urgentemente, para assim passar mais tempo na minha cama amiga, companheira, assim quem sabe o inverno passe tão rápido, que quando eu perceber a magnitude do verão, estará batendo na minha porta, aquecendo meu espírito, meu corpo, minha alma gelada. Virão, as noites quentes, as madrugadas saborosas, onde as estrelas parecem estar mais presentes, onde até a libido parece estar sempre disposta a agir. Então vou saborear o calor, e os meus neurônios agradecerão felizes, e meu corpo irá se deleitar de puro prazer. É o verão na minha vida. Finalmente!

sábado, 21 de junho de 2008

Estou nos braços da paz

Bailo entre o enlevo e a mansidão dos momentos que estou.
Fiz-me forte para enfrentar tudo o que me incomoda. Guardei meus medos e minhas inseguranças nas gavetas, tudo escondido! Sei onde estão, mas de lá não saem! Agora fico no meu forte, enfileirando as armas para me defender das agruras, dos meus medos, que hoje percebi eram sem origem nenhuma. Frutos de inseguranças desnecessárias, o que me resultou em perdas de momentos agradáveis. Deixei de viver bem, porque o medo de perder sempre me assombrava, me fragilizando, me fragmentando em partes dolorosas. Mas juntei todos os pedaços, refiz minhas escassas forças e me fiz inteira, me fiz forte. A pessoa pela qual tanto me fez em pedaços, hoje ainda está comigo, segurou minhas ansiedades, esperou pacientemente que eu afastasse as minhas angústias, ficou ali, em silêncio me mostrando que eu capaz de passar por tudo aquilo ilesa. Ele tem inúmeros defeitos, mas constantemente me faz feliz, me faz rir muito, torno-me uma criança nos nossos momentos, me sinto leve e feliz. Ensinou-me a ser forte e assim eu o trouxe de volta pra mim. A cada momento, sinto-o mais presente, mais envolto nos meus braços, na minha vida. Aprendi a me desfazer, grande dos meus tormentos e a acalentar minha alegria, minha passagem pelo jardim da felicidade. Estou pueril, me sinto assim grande, sem medos, a espera de momentos que aqueçam meu coração, e meu interior. Vou me guarnecer de ternura, e me enlaçar no calor da paixão e vou embalar-me nos braços da paz.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Príncipes versus sapos

Caramba! Sugeriram-me cair na real! Será que é necessária tal atitude, pra mim um pouco radical. Mas vou tentar, esperando não me decepcionar muito. A realidade atualmente me mostra, que as vezes a fantasia é bem mais agradável. Ta certo, é só utopias velhas, gastas e foras de moda, mas sempre aquecem meu interior, me deixam enlevada, embevecida, com gosto de “quero mais”. Já fiz a loucura de perder propositadamente, vários sapatinhos de cristal, esperando que viesse me procurar um garboso príncipe, mas só me apareceram sapos estranhos, alguns, até que, razoáveis, outros completamente dispensáveis. Tudo isso me ensinou a cuidar melhor dos meus sapatinhos. Não estou aí pra me arriscar a me apaixonar por um sapo sem pedigree, sem nenhum tiquinho de sangue azul, sem nenhuma estirpe! É, mas a realidade, bate à minha porta com uma insistência relevante, vou ter que abrir a porta, desnudar meus sonhos! Mas não custa nada, permitir, que uma pequena parte minha, pequenina, continue a almejar um príncipe. Não precisa ser um mega príncipe de puro sangue azul, pode ter uma parte plebéia, vai combinar mais comigo. Mas, também posso me dispor a sair por aí a beijar príncipes para ver se viram sapos normais, simpáticos. Sapos, mas com um “quê” de charmoso. Sapos do planeta, solicito, humildemente que me procurem! Sou uma sapinha, bem ajeitadinha, fiel, sincera, carinhosa, com um bom senso de humor e um ótimo astral! Ta, vou dormir como a Cinderela, por uns cem anos, esperando o beijo do meu príncipe maravilhoso, mas por via das dúvidas, vou deixar um olho aberto caso surja, um sapo interessante.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Inquietude

Te vejo longe
ensaio passos tímidos
vislumbro
tua boca entreaberta
úmida
ludibriando a minha
estanco
nos solavancos do meu choro
percebo tuas pernas
as minhas titubeiam
ontem estavam perdidas nas tuas
memorizo teu olhar
desnudando minha alma vadia
meu corpo pagão
retomo os passos
viro a próxima esquina
revolvo meu ser
decidindo se devo voltar
pra tua insanidade
que me revira em agonia
pro teu desejo insano que me entorpece
volto
devagar
antecipando minha desvairiedade
prevendo o gozo
Teu corpo já não está no meu
viro para o outro lado
e me submeto´à minha luxúria solitária.


Ao ouvir falar de tanto amor, nas últimas horas, fui obrigada a ensaiar uns versinhos
singelos e humildes!

domingo, 8 de junho de 2008

Querer só querer

Hoje acordei pensando o que eu queria da vida. Logo imaginei que poderia ser um surto, e dos mais graves. Se minha mãe estivesse entre os mortais diria para eu sossegar o facho, e arrumar um marido, um homem decente para pagar minhas contas! Primeiro, que esse termo "arrumar" me soa como um arranjo e daqueles mais esdrúxulo que existe. Sossegar meu facho? Deixa ele aceso, me é de grande ajuda, naqueles momentos que estou meio apagadinha. Pagar minhas contas? Gosto de acordar todos dias e correr atrás do prejuízo, isso me estimula a ter mais gana para viver o dia a dia, afugenta a rotina. Poderia pensar em casar novamente, mas já realizei esse evento corajoso, foi bom, mas repeti-lo me custaria um esforço, que não pretendo ter. Conhecer alguém, verificar se o moço quer casar, quais os seus antecedentes, sua conta báncaria, sim porque remediado não custaria o esforço. Juntar débitos, não me é muito promissor! Já descobri o que eu quero, e com uma certeza absoluta. Com certeza, não quero juntar chinelinhos, nem pijaminhas. Quero só estar de vez em quando, entrelaçar as pernas, beijar bocas, apenas aplacar meu tesão que é bastante inquieto. Talvez até nem me importe com a bagagem cultural do sujeito, a minha já basta para os dois. Gosto musical? Seria bom que curtisse Milton Nascimento, mas se só gostar de pagode, sertanejo, tudo bem, eu escuto o Milton quando estiver sózinha. Um corpo gostosinho, com um papo regular, está de bom tamanho. Isso soa meio superficial? Eu agora estou assim um pouco. Amanhã, certamente vou acordar com os meus princípios intactos, mas hoje decidi que o quero da vida, neste momento é satisfazer meus mais pequenos desejos e eles se concentram em coisas simples, sem grandes implicações, ou grandes objetivos. Se concentram sómente no fato de perceber que os caminhos terminam onde começam minhas espectativas na busca da satisfação pessoal! O que sobra eu jogo pra baixo do tapete!

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Liberdade vigiada!

-Menina diminui esse som, você e todos vão ficar surdos!
-Vê se pará de chegar tarde em casa!
-Esse menino não serve pra você!
-Você nunca está em casa! Só quer estar na rua!
-Essa roupa ta muito indecente!
-Você prefere seus amigos à sua família!
-Não faz nada certo!
-Não diz nada certo!
-Não tem modos nenhum! Não se comporta direito!
-Acho que estás pedindo uma sova, ou um castigo!
Essas palavras enervantes, me remetem a um passado distante, e que agora parece estar muito presente. Um tempo em que minha vida, era cerciada a todo momento, e eu tinha um frágil sonho, de que quando fôsse mais velha, não muito, eu poderia fazer tudo o que me desse na veneta. Coisas bobas, sem nenhum perigo aparente e sem incomodar ninguém!
Ledo engano! Continuo a fugir das regras, às quais não me adequo, nem quero. Não quero adotar posturas, que não acho necessárias. O meu grito de liberdade, parece ter ficado perdido em alguma esquina da intolerância. Não vou seguir um padrão de vida, que não concordo. E eu só quero ser eu mesma, praticar minhas incoerências, meus erros, sózinha, quietinha. Mas parece que a ditadura fantasiada de "é pro seu bem", continua. Tudo igualzinho, só mudaram os personagens, mas a peça medíocre e sem graça do teatro da vida, está lá esperando, o meu aplauso.
Sinto decpicionar a pláteia exigente, mas não terão o meu aplauso! Lutarei até o fim para resguardar minha liberdade, minha individualidade, minha estreita felicidade, mas para mim, essencial! Nunca cerciei ninguém, nunca manifestei meu desgrado à qualquer atitude ou decisão, tomadas. Nunca vigiei passos, pelo contrário, estimulei a voarem sempre mais alto, não importando a queda. O importante é alçar vôo, não contabilizar os danos!
Isto é viver! Isto é tentar ser feliz!
Quero continuar a viver, chegar a velhice, realizada, não importando se estarei surda! Usarei aparelho, ou não me importará ouvir mais, o som virá de dentro de dentro de mim, e certamente será mais bonito! Já aparei algumas arestas, como usar fones de ouvidos, para não pertubar o alheio! Mas é só o que posso fazer! Vou namorar todos os homens que disserem que não me servem, porque vou estar presente, vibrante, ativa e sendo assim, vou estar feliz! Vou preferir meus amigos, porque já preferi e me dei à minha família! Já cumpri minha missão! E espero poder usar minha cota de viver e ser feliz! É só isto que espero. Sei que as intenções são movidas pelo amor, mas isso não é o sinônimo de " estar fazendo a coisa certa". Quero apenas buscar meu futuro, sem ter que brigar no presente! Quero, que quando meu corpo vergar, meus olhos escurecerem e meus ouvidos fecharem, ter a certeza de que meu corpo vibrou muito, meus olhos viram o desejo em outros olhos e meus ouvidos escutaram doces e quentes palavras que só eu poderei ouvir! É o que me basta!