quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Alguns colegas de curso



A Graziela

Minha sala de aula


A arte, por prazer

Retomando a vida.


Uma das melhores coisas que me aconteceu, dentro da minha arte, foi a Oficina de Modelos vivos, na Casa de Cultura Mario Quintana.

Nessa Oficina, aprendi a desenhar a anatomia do corpo humano com todos os seus detalhes. Ainda não atingi a perfeição (essa não existe, chega-se no mínimo perto), ao desenhar pés e mãos, mas estou bem melhor do que quando comecei.


É um curso gratuito, fornecido pelo governo daqui. Temos uma sala agradável, as vezes um som ambiental, com cds que algum colega cede, e modelos interessantes, que nos fornecem material para o aprendizado, ou seja seus corpos.


No final de cada ano participamos de uma exposição coletiva, baseado nos trabalhos feitos durante a oficina. Na abertura da exposição, na Casa de Cultura, somos agraciados com todas as pompas de uma abertura de exposição, com coquetel e a mídia presente.



Já falei aqui de uma modelo, a Graziela. Sua criatividade nas poses, nos proporciona belos trabalhos, com os quais voamos na imaginação, como todo artista que se preze.

Ela é carismática, interessante, com uma voz suave e um trejeito peculiar ao falar.

Seu corpo fala por si. É uma mulher madura, com todas as marcas da vida, o que torna o nosso trabalho algo rico em detalhes. Comento sempre que suas deliciosas dobrinhas, são uma festa para nós ao desenha-la.

Seu rosto é expressivo, e como ainda não consegui desenha-lo, esse é um desafio que tenho nas próximas aulas.

Ela inclusive já participou de um episódio de um curta-metragem feito aqui no sul, e que é transmitido pela TV aos sábados. Quem quiser dar uma olhadinha, ela é a loira francesa.

"Histórias Curtas 2009 - Um Breve Assalto"

Já tivemos como modelo o Robson, um negro escultural, também muito expressivo, mas não muito consciente de seu trabalho como modelo. Falta muito, o que é uma pena, porque ele ótimo para desenhar.


Temos também o Marcelo, o Rico, que também fez um dos episódios, dos curtas, e as vezes alguns voluntários, como um rapaz, que trabalha na Casa e foi requisitado, melhor dizendo, arrastado para servir de modelo, em uma das ocasiões que o Robson faltou.

Foi algo muito engraçado, porque ele estava tímido, sem o traquejo dos profissionais, não tirou totalmente a roupa, ficou de sunga, e entrou na sala apavorado, foi tirar a roupa no banheiro e ficou na porta do mesmo sem coragem de posar. Mas o fez corajosamente.


Além de tudo, tenho o convívio com pessoas, artistas talentosos. Na minha primeira aula, fiquei um pouco tímida, olhava os demais desenhando e pensava: o que estou fazendo aqui entre tantos artista s talentosos. Mas aos poucos fui me soltando e infiltrando minha arte.


Temos uma artista talentosíssima, a veterana Hilda Matos, uma mulher de 80 anos, mas com a vitalidade de 20 anos. Simpática e alegre sempre, bondosa que conquista a todos com sua doçura.


Entre todos, ganhei uma amiga querida, a Ruth, cuja delicadeza na voz e nos gestos me deixa encantada. Tem uma fala suave, cativante e transmite isso nos seus traços de desenho. Um traço forte mas delicado. Uma artista nata, com um talento adorável.


Temos também uma colega, de uma personalidade peculiar, que muitas vezes quebra a tranqüilidade das aulas, a Maria, que pretendo falar mais atentamente dela, mais adiante.


Esses são alguns dos presentes que essa oficina me proporciona. Mesmo não sendo muito freqüente, as quintas é o meu dia favorito, o dia que eu me encontro com a arte e com pessoas talentosas e sensíveis. Uma grande dádiva, e um grande aprendizado.