segunda-feira, 23 de junho de 2008


Sensações geladas

O inverno sempre me pega de jeito. Desmancha-me, desarruma, me deixa como que grudada, trancada. Acordo-me pela manhã, já fazendo um laboratório, feroz pra escapar da cama, daqueles braços quentes e aconchegantes, que são as cobertas. Tenho que me punir, e me segurar pra não voltar para esses braços, que me chamam desesperadamente.Aí, vem o próximo passo penoso, enfrentar um banheiro frio, uma água mais fria ainda! Isso é um crime para uma simples mortal como eu. Isso sem falar, nos meus neurônios que todos dias me mandam mensagens urgentes, para ser instalado um ar condicionado, sem demora, pois eles não conseguem chegar a nenhum raciocínio de tanto frio, e assim me levam a ficar com a mente completamente emperrada, tendo que engatilhar uma palavra atrás da outra sem embolar. Aí estarei definitivamente com minha carreira de ser humano com um pouco de inteligência encerrada, gerando assim um caos sem precedentes e certamente meus familiares irão tomar a devida providência de me internar. Pois estarei balbuciando palavras desconexas. Preciso também de um Lap Top urgentemente, para assim passar mais tempo na minha cama amiga, companheira, assim quem sabe o inverno passe tão rápido, que quando eu perceber a magnitude do verão, estará batendo na minha porta, aquecendo meu espírito, meu corpo, minha alma gelada. Virão, as noites quentes, as madrugadas saborosas, onde as estrelas parecem estar mais presentes, onde até a libido parece estar sempre disposta a agir. Então vou saborear o calor, e os meus neurônios agradecerão felizes, e meu corpo irá se deleitar de puro prazer. É o verão na minha vida. Finalmente!