terça-feira, 26 de agosto de 2008
















Submissão




Você me espreita com esses olhos
como se estivesse no cio
revirando minha fome
tendo-a por um fio.
Segura-me nesse olhar
despedaçando meu corpo
dividindo-o em retalhos que passo a juntar.

Ignorando meu minha dor, meu medo
possua-mes, e em delírios a ti me concedo
e quando teu olhar se entrelaça na minha visão
nas minhas veias, como rio, corre meu tesão.

Emaranho-me no teu compasso
pra me afundar no teu abraço
pra ter-te no meu regaço,
qualquer coisa faço!

Teu corpo de entranhas e saliências
invade-me toda, até mesmo nas reticências
toma-me furioso, pujante, e me desnorteio
dividindo-me ao meio.

Há, vem em desejo, diabólico, em ânsias
penetra, escaramuça minhas reentrâncias
cobre-me! Agora!
Não espere eu me acalmar!


Porque minha volúpia, não se faz esperar!