sexta-feira, 13 de março de 2009


Embate

Minha carne dói
lateja
lembrando do teu gozo.
Meu líquido mistura-se ao teu.
Imagino-o
escorrendo por minha garganta
rumo as minhas entranhas
saciando minha sede.
Sinto-o no meu sexo,
quente
deslizando por minhas reentrâncias
num passeio incauto e insano.
Tua imagem despida de subterfúgios
faz meu desejo dar cambalhotas impertinentes
estonteando-me
amolecendo-me
empertigando meus anseios.
Tuas palavras fragmentam meu desejo
subestimando minha coerência.
Quando despertas minha suscetibilidade
passo a te provocar incansavelmente
atiçando minha excitação.
Teu instinto dominador, predador
impõe teu poder
lançando-se ao combate.
Então meu corpo estremece
aquece-se
num frenesi a percorrer meu interior,
indomável
livre
vigoroso
canalizando minhas defesas
atrelando meus extremos
à tua vontade.
E no final
saboreio teu riso quieto.
Ajoelho-me ante teu prazer
ofertando o meu.
e devolve-me na mais louca eloqüência
degustando-se na minha luxúria
saciando loucamente teus desejos.
Neste momento somos iguais
Numa batalha sem vencidos ou vencedores.
A você estou atada.
Mas sem você posso viver.
Fui tua ontem
Sou tua hoje
Amanhã...
Amanhã?
Bato-te outra continência
E vamos à mais uma batalha de prazer...
Beti Timm
* A imagem é uma foto minha, que recebeu um toque de arte, pelas mãos de um amigo.