A linha dura do prazer
Prazer rima com dor? O prazer entre as pessoas manifesta-se de maneiras diversificadas. Algumas normais, outras nem tanto. Em situações um tanto quanto estranhas, o prazer aflora, vem expressado em sensações de dor, sofrimento físico ou moral. Citando como exemplo o Sadomasoquismo, oriundo o termo, do Marquês de Sade, codinome do escritor francês, do século XVIII, Donatien-Alphose-François, marcado pelo escândalo e marginalizado, por descrições literárias explícitas baseadas em crueldades sexuais. Aliou-se a partir daí um distúrbio psicológico, classificado como “algolagnia ativa” que tem como característica a associação do prazer sexual a dor física ou moral, aplicadas a outra pessoa, buscando alcançar um prazer no sexo, aparentemente insaciável.O sadomasoquismo vem assumindo um espaço na área do sexo, que antes ficava restrito, a sessões secretas, a determinados segmentos, que eram vistos com um certo receio e preconceito moralista, justificando a regra que tudo que é diferente nos choca e assim reprimimos de imediato
No entanto, hoje, isso já perdeu um pouco deste paradigma marginalizado, e comenta-se mais sobre o tema sem, causar um impacto muito forte. Filmes, como o quase desconhecido Império dos sentidos, do cineasta japonês Nagisa Oshim, que foi impactante ao ser lançado e então renegado pelas bilheterias, por abordar o tema amplamente e explicitamente. Atualmente esta visão sobre o tema não sofreu radicais alterações, mas já não é um assunto tão proibido. Ao me propor a falar sobre o assunto, procurei me destituir de um olhar obtuso e me aprofundar mais nas necessidades e no interior do ser humano. E pesquisando, percebi facetas sobre o tema em si, que me fizeram reformular meus conceitos pré estabelecidos, esses baseados em padrões rígidos de um comportamento moral impecável e porque não dizer implacável, diante de diferenças que dentro de uma sociedade, são um desafio a um moralismo puritano.
Tentei analisar friamente cada parte desta prática que destoa das demais, no campo sexual:
Chamou-me a atenção uma, que menciona o “prazer sexual através da troca erótica de poder”. O que isto tem de muito chocante? O fato de estarmos ligados sexualmente a outra pessoa, pela sensação de poder, pode não ser algo tão devastador, já que todos nós de uma maneira ou outra pertencemos afetivamente a alguém, o que muitas vezes isso nos causa dor e sofrimento. Então porque não fazermos disto algo ligado só ao prazer, e ao tesão, sem laços afetivos, a não serem os laços de uma cumplicidade que poderá nos trazer sensações íntimas e avassaladoras?
A submissão por amor, que muitos de nós nos submetemos e que nos faz sofrer,e que muitas vezes quase acaba com nossa existência, deixando-nos pela metade, custando um tempo e esforço imenso para nos recuperarmos, e que após essa recuperação, passado um tempo, lá estamos nós novamente a nos apaixonarmos e com a possibilidade de tudo vir a se repetir. Não será isto uma autoflagelação, um sadomasoquismo, impingidos por nós mesmos?
Estamos sempre flertando com o sofrimento e o inusitado. Então porquê não flertar, despudoradamente com o prazer, sem dores, sem laços afetivos?
Sim, os amores, as conseqüências desastrosas, do amor provenientes, fazem parte do nosso crescimento e de nossa vida. Mas porque não lançar um olhar para o proibido, o diferente, para satisfazer nossa saciedade, alcançar um gozo. Fugir de uma coerência, às vezes sufocante, permeada de pudores, de padrões morais esdrúxulos, sem qualquer garantia ao prazer? Descartando é claro, qualquer menção à dor física, porque esta a mim, e acredito que a qualquer pessoa normal, não traga prazer nenhum, mas existe uma porta aberta poderosa para exprimirmos nossos mais recônditos prazeres, e sendo assim soltar nossas feras, nossos desejos secretos, não nos trará certamente nenhuma dor, só prazer! Nunca esquecendo que na dor e no sofrimento também nos reconstruimos!
Chamou-me a atenção uma, que menciona o “prazer sexual através da troca erótica de poder”. O que isto tem de muito chocante? O fato de estarmos ligados sexualmente a outra pessoa, pela sensação de poder, pode não ser algo tão devastador, já que todos nós de uma maneira ou outra pertencemos afetivamente a alguém, o que muitas vezes isso nos causa dor e sofrimento. Então porque não fazermos disto algo ligado só ao prazer, e ao tesão, sem laços afetivos, a não serem os laços de uma cumplicidade que poderá nos trazer sensações íntimas e avassaladoras?
A submissão por amor, que muitos de nós nos submetemos e que nos faz sofrer,e que muitas vezes quase acaba com nossa existência, deixando-nos pela metade, custando um tempo e esforço imenso para nos recuperarmos, e que após essa recuperação, passado um tempo, lá estamos nós novamente a nos apaixonarmos e com a possibilidade de tudo vir a se repetir. Não será isto uma autoflagelação, um sadomasoquismo, impingidos por nós mesmos?
Estamos sempre flertando com o sofrimento e o inusitado. Então porquê não flertar, despudoradamente com o prazer, sem dores, sem laços afetivos?
Sim, os amores, as conseqüências desastrosas, do amor provenientes, fazem parte do nosso crescimento e de nossa vida. Mas porque não lançar um olhar para o proibido, o diferente, para satisfazer nossa saciedade, alcançar um gozo. Fugir de uma coerência, às vezes sufocante, permeada de pudores, de padrões morais esdrúxulos, sem qualquer garantia ao prazer? Descartando é claro, qualquer menção à dor física, porque esta a mim, e acredito que a qualquer pessoa normal, não traga prazer nenhum, mas existe uma porta aberta poderosa para exprimirmos nossos mais recônditos prazeres, e sendo assim soltar nossas feras, nossos desejos secretos, não nos trará certamente nenhuma dor, só prazer! Nunca esquecendo que na dor e no sofrimento também nos reconstruimos!
*************************************************************************************
*As imagens usadas são do filme o Império dos Sentidos.
*Uma ressalva sobre o filme. Apesar de ter perquisado, na internet, e ter recolhido informações sobre o filme e em vários sites ele foi mencionado como quase esquecido, fui salva pelo meu adorado Morceguinho, o Dilberto do blog: http://www.osmorcegos.blogspot.com/, um expert em filmes, que informou que o filme, não foi tão esquecido assim, e ainda é mencionado como um "clássico" cult. Completo, dizendo que essa é uma das vantagens de ser amiga de alguém super bem informado. Agradecida Morceguinho!
|