Arte & Arte
Dois pesos, duas medidas
Estava agora olhando umas fotos, num fotolog, na internet, fotos criativas, lindas, revelando efeito de luzes, movimentos, num trabalho minucioso e com uma arte final excelente, sendo um deleite pra os olhos. O trabalho é de um artista plástico baiano. Foi inevitável, fazer uma comparação com a exposição de fotos francesas, que está acontecendo no Santander Cultural, em um espaço, grandíossimo, luxuosoe frio. A mostra é igualmente patrocinada pelo grupo Santander.
A mostra chama-se "Le tune" (o túnel), o "túnel é anônimo" A composição gráfica e a direção é do francês Marc Toiutou, e o fotógrafo Jean- Luc Moulène, o autor dos documentos (fotos) expostas, no Santander Cultural.
O trabalho, resultado do registro de pixações, feitas em um túnel, localizado no Boulevard de Bercy em Paris, são simples, com um design pobre, escuro, ou seja, são apenas fotos, que qualquer um poderia fazer. Ressaltando que essa é apenas uma das mostras deste artista, desconheço outros trabalhos dele, pesquisei na Internet, mas encontrei pouco material a respeito.
O espaço, e a verba destinada à montagem do evento, provavelmente, deve ter sido, considerável, observando-se o requinte com que é apresentado. A área das artes, principalmente no Brasil, é um espaço fechado, restrito, onde o talento, pouco vale. Claro que existem,artistas de renome e de peso que tem seu lugar garantido! Entretanto, artistas desconhecidos, mas dedicados e talentosos estão em busca de uma oportunidade, num campo, onde essas características são questionáveis, sendo que uma boa indicação e um nome já conhecido são os fatores que abrem as portas. A habilidade, o dom natural, não é um quesito suficiente para artistas excelentes, mas na obscuridade, ascenderem. Os que se tornam famosos, por motivos práticos,por caminhos mais acessíveis, ou que beneficiam determinados interesses, acabam barrando a entrada neste campo restrito, de quem se dedica, se esmera, na qualidade da obra, para não decepcionar o público que irá apreciá-lo. resultando em uma produção, que delicie o olhar e não algo que não passa mensagem alguma. Isso esmorece muito, os que estão começando ( não me incluo entre esses artistas, porque estou começando e tenho muito caminho para percorrer), ou mesmo aqueles que estão há anos na estrada tentando uma brecha para mostrar seus trabalhos. A dedicação, a qualidade, passa no paralelo, ou sem valor nenhum. Nas galerias e espaços culturais, obras que nada transmitem, que passam muitas vezes despercebidas ficam expostas em um tempo extenso, impedindo uma rotatividade, que permita que outras exposições aconteçam.
Nesta mostra francesa de fotografia, permaneci em torno de uma hora, observando a reação de quem visitava. Nesse ínterim de tempo, um número bastante reduzido, pra ser mais precisa, apenas duas pessoas, entraram, lançaram um olhar rápido,torceram o nariz e em seguida saíram. A maioria espiou da entrada e deram as costas literalmente, sem interesse nenhum. Então concluí tristemente, que um aparato de elementos, como, tempo, dinheiro, espaço, é dispensado a uma exposição que não vai alcançar o objetivo básico que é ser apreciada por quem curte arte. Sei que é essa realidade que transita por esse meio, mas é triste perceber que a "arte verdadeira" tem muito pouco espaço e valor, enquanto muitas vezes, o arremedo da mesma e sem nenhuma qualidade, é que prevalece, e tem seu espaço garantido. É Lamentável!
A arte que emociona!
As fotos e as legendas, publicadas aqui, são trabalhos do artista plástico e fotógrafo baiano Rico Oliveira.
Quem quiser conhecer um pouco mais desse artista é só visitar os links abaixo relacionados.
http://fotolog.terra.com.br/ricooliveira
http://www.portalriovermelho.com.br/arte_rico.htm
http://www.overmundo.com.br/overblog/a-arte-de-rico-oliveira
http://fotolog.terra.com.br/pictodance
http://aartedericooliveira.blogspot.com/
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