segunda-feira, 15 de setembro de 2008


Esperando a morte chegar

O título é mórbido, derrotista, ou nem tanto. Sem eufemismo, vasculho minhas expectativas, e concluo, que nada é definitivo, que nada me leva a temer a morte. Também porque acredito, que esta não é nossa única passagem, neste mundo. Desprendida como sou, não tenho últimos desejos, ou melhor, quero tudo que a vida me apresentar, até mesmo as mazelas! Estas proporcionam mais aventura, mais vigor, na tarefa de superá-las.
Desejos? Têm muitos! Acordo-me todos os dias, desejando coisas, evocando sonhos. Tudo por exarcebar, na minha vitalidade, na minha ânsia para catar da vida, tudo que dela obter, o que me for ofertado. Mas evidente, que desejo muitas coisas, muitos amores, muitas paixões desenfreadas. Sou muito assim, desenfreada, impulsiva, intensa. Um pouco precipitada. Pouco? Sou a própia precipitação! Tento medir meus atos, controlar minhas atitudes, programar minhas ansiedades, mas bato de frente sempre com minha impulsividade e capitulo covardemente. Rendo-me aos meus desejos mais urgentes, e quando recebo um “não”, nem mesmo me arrependo. Fiz, está feito! E se não tivesse feito?
É desse arrependimento, que eu me desvio a todo o momento, que descarto com muita convicção! A imprudência de não ter realizado algo, desejado, com muita veemência me deixaria prostrada, insatisfeita. Ser covarde, isso não me permito. Não uso a evasiva, as desculpas ardilosas, para me esconder, me omitir, para a dor não me invadir. Jamais fujo, do inesperado.Vou lá, caço, seduzo e se perder, aceito, me rendo, mas não fico amargurada. Engajo-me em outra batalha, com a mesma disposição.Jamais provocaria a Eutanásia dos meus sonhos. Preciso sempre estar em luta, isso evidencia meu estado de ser, exalta minha alma.
Minha vida é uma constante batalha, onde a cada delas me reinvento, me rejuvenesço. Procuro me reciclar a cada eventualidade, a cada devaneio. E me renovo, após cada investida, vitoriosa ou não. Minha metamorfose é diária, acordo com um sonho, e vou dormir com dois. Meu último desejo seria, permanecer como estou, inteira, sem fastio, farta e encantada pela vida.