segunda-feira, 1 de setembro de 2008


Ressarcimento

Nada, é reconfortante, quando me vejo a deriva da dor.
Nada me alenta, quando sei que tudo o que recolho se perde novamente.
Minha amabilidade se esvai, quando minha alma está em alvoroço,
Quando me é infligida dores que rejeito.
Nada me conforta, quando a decepção se instala, e não sei como dispor dela.
Meus anseios se encontram no deserto do meu coração
Em circunstâncias nada almejadas, e sou prisioneira de minha intolerância.
Desejo coisas, que de tão distantes, nem consigo definir.
Desatino-me, choro, no escuro do meu quarto.
E nem sei se o que perdi, valerá a pena recuperar.
Nem sei se tinha o que perdi...
Se quando me inflamei, no calor do abraço, esse abraço existiu.
Se quando beijei, a outra boca estava na minha, não lembro de a ter sentido...
Desafinei no sorriso, porque o sorrisso não chegou no meu interior.
Fraseei, quando deveria apenas gemer, sussurrar, porque pareceria frêmito.
Fui irresponsável com minha felicidade, quando me expus ao sofrimento.
E de través no desvario coloquei meus sonhos mais preciosos.
Mas em circunstâncias irrevogáveis, alarguei meus sentidos e desafiei a dor.
Bati de frente com a desesperança, blefei descaradamente com o medo.
E num segundo armazenei minhas forças, rastreei meus instintos.
E rescindindo de tudo que me atormentava, me preparei para a próxima batalha.