quarta-feira, 17 de setembro de 2008


Minha paz

Minha boca se esfacela,
em mil fragmentos
sequiosa da falta da tua
meus olhos vagueiam
desmesurados
em busca da claridade dos teus
e quase vejo os teus olhos
nos meus mergulhar
e tua paixão despejar.

Nos meus devaneios alucinados
teus braços enlaçam
meu corpo, desmanchando-o
de volúpia
revirando prazeres esquecidos.

Enlouqueço-me na lascividade
da tua língua frenética
que tramita meu corpo
procurando meu atalho
transcendendo meus limites
invadindo minhas fronteiras
possuindo-me sem piedade
sem licença pré-concedida.

E mesmo assim
nenhum protesto esboço
esse é meu infinito
meu caminho sem volta
onde eu quero guarnecer
meu fogo, meus temores
minhas fraquezas.

No teu corpo, entrelaçada
quero sonhar que sou feliz
que possuo tudo que quero:

minha insanidade e minha paz.