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Minha paixão anda no acostamento do meu cotidiano. Meus sentidos tropeçam entre o amar e apaixonar.
Meus olhos vagueiam entre as paredes do meu quarto, perscrutadores, em busca de um rosto, um corpo, enlaçando meu próprio corpo na sensação de um abraço. Já tive muitos, suaves, fortes, inesquecíveis, convidativos, inocentes, tímidos, descompassados. Que ficaram tatuados em meu corpo. Minha boca já se peregrinou em outras bocas, degustando-se em sabores diversos, ácidos, doces. Molhou-se em salivas que sublimaram meu paladar. Bocas inquietas, incansáveis, que dançavam sobre a minha, com ritmos frenéticos. Bocas quentes, que me incendiaram, aqueceram, queimando, minha alma. Quanta, sensação de prazer, relembro, agora, tudo escondido no meu interior, tudo, marcado em traços do meu passado, dando um vislumbre do que será o meu dia seguinte, igual ao que vivi ontem, vibrante, sem limites para o prazer
Para Loba, minha amiga nas horas desvairadas e todos que quiserem também desvairar
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