quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Eu




Sou uma alma pequena
neste espaço imenso.
Sou translúcida
mas às vezes fechos meus tons e fico opaca.
Sou invisível
mas quando me mesclo à vida
todos me vêem.
Sou como uma lagoa de águas tranqüilas
mas quando me jogam pedras, formo círculos infindos.
Sou de uma suavidade inverossímil
mas tenho garras escondidas, prontas a serem usadas.
Minha alma é como de um super-herói
intrépida, audaz
mas necessito de colo a toda hora.
Sou hospitaleira
mas, fecho minhas portas quando me sinto acuada.
Sou como um amanhecer
que desliza sobre tudo com soberania
e quando vem a noite, reponho minhas autonomias
para o próximo amanhecer.
Sou como o sol, que brilha e resplandece de dia
e a noite se veste de prata, para uma festa.
Sou mestre em amar
e aprendiz em ser amada
mas só amar, por si só me basta
preenchem-me todos os meus vazios
deixa-me farta, com a alma esgotada.
Minhas dores, são intensas
mas as transformo em efemeridade
quando ressalto minhas alegrias
e a permuta é constante.
Sou como um grito de desabafo
pra não guardar mágoas, nem melancolias
quando sou ferida esperneio e choro mares de lágrimas
e não me sinto constrangida.
Sou como a complacência de um monge
mas a intolerância me desnorteia, me tira dos eixos.
Sou como um sorriso de criança
mas tenho a sensualidade de um ato de amor.
Sou como um beijo no canto da boca
mas minha meta é sempre possuir a boca inteira.
Sou ternura, anseios, medos, amores, sonhos.
Pareço passageira
mas ando ao lado do permanente.
Sou uma transeunte da vida
com ponto de chegada na estação do amor.




Dedico esse arremedo de poesia ao meu Parceiro Encantado, blogueiro preferido, o Miguel, alguém especial,que mencionou que meu último post estava muito duro. E principalmente porque me mostrou que almas brancas existem, e que os anjos estão entre nós.