terça-feira, 21 de outubro de 2008


Anjo encoberto

Ao acordar seus sonhos acordam juntos
desliza suavemente por entre as alamedas da ilusão
feita de ânsias entalhadas nas cavidades
resquícios de labaredas incineradas nas incertezas.
dedos que transitam por saliências inconstantes
como um cego na busca do inusitado.
Olhos fecham-se quando a imagem se distorce, e incisiva chega a alma
passeios entre o incerto e o que já declinou
passos entre o amanhecer e o entardecer
mergulhos na escuridão desenfreados.
Incestuosidade na luxúria
e suavidade na ternura.
Etérea como a magia das incidências espargidas
nas incontinências de menina-mulher.
Regada de lágrimas, quando sonhos se despedaçam
rendendo homenagens póstumas às esperanças ressurgidas.
Incidental nos entremeios das paixões
preenchendo momentos dispersos, vazios
oportunizando o desafio, que leve ao alucinógeno.
Caracterizando-se pela ternura, dela descendente.
Carência palpável, mas também doação desprendida.
Constituída de pedaços de inseguranças
feitas de sentidos descalços
de sonhos despidos
de mãos estendidas
de prenúncios de felicidades vindouras
de seduções disfarçadas.
Um anjo, onde se esconde a mulher.


Beti timm